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Os Grandes Sucessos - 1996

Gravadora: Chantecler


Músicas

Lado A - 01 - Trança De China

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Vou cantar pra vocês, meus amigos
Que estão me ouvindo por este mundo velho de Deus
Esta letra que traz por título
Trança de china


É coisa triste, gauchada amiga
Quando se deixa um amor para trás
Se dá uma volta pelo pago alheio
Quando se volta não se encontra mais
Eu digo isso é porque aconteceu
Deixei a china dentro do ranchinho
E a malvada se aborreceu
Se foi embora e me deixou sozinho.

Se fosse no verão não era nada.
Mas no inverno qualquer magricela faz falta compadre velho!


Mas ela soube da minha chegada
Voltou no rancho pra pedir perdão
Eu disse a ela você está perdoada
Mas pra viver junto comigo não
Saltei na china, puxei a prateada
E dei um taio que atorou a trança
Mandei fazer umas rédeas trançadas
E é só que eu tenho dela por lembrança.

Mulher falsa em rancho
é mais uma pistola engatilhada contra a gente, amigo!


Eu disse a ela você vai embora
Já que por mim você foi tosada
De meia volta e saia campo a fora
Que china falsa, não me vale nada.
É coisa triste, gauchada amiga
Quando se deixa um amor para trás
Se dá uma volta pelo pago alheio
Quando se volta não se encontra mais

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Lado A - 02 - Eu reconheço que eu sou um grosso

Intérprete: Gildo de Freitas

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Me chamam de grosso, eu não tiro a razão
Eu reconheço a minha grossura
Mas, sei tratar a qualquer cidadão
Até representa que eu tenho cultura
Eu aprendi na escola do mundo
Não foi falquejado em bancos colegiais
Eu não tive tempo de ser vagabundo
Porque bom gaúcho vergonha não faz

Eu trabalhava, ajudava os meus pais
Eu sempre levei a vida de peão
Porque no tempo que eu era um rapaz
Qualquer um serviço era uma diversão
Eu lidava no campo cantando pros bichos
Porque pra cantar eu trouxe vocação
Por isso até hoje eu tenho por capricho
De conservar a minha tradição.

Eu aprendi a dançar aos domingos
Sentindo o cheiro do pó do galpão
Eu pedia licença apeava do pingo
E dizia adeus assim de mão em mão
E quem conhece o sistema antigo
Reclame por carta se eu estou mentindo
São documentos que eu trago comigo
Porque o respeito eu acho muito lindo

Minha sociedade é o meu CTG
Porque nela enxergo toda a antiguidade
E não se confunda eu explico por que
Os trajes das moças não são à vontade
E se, por acaso, um perverso sujeito
Querer fazer uso e abusos de agora
Já entra o machismo impondo respeito
E arranca o perverso em seguida pra fora

Ô mocidade associem com a gente
Vão no CTG e leve os documento
Vão ver de perto que danças decente
E que sociedade de bons casamentos
Vão ver o respeito, vão ver a alegria
Vão ver o capricho desta sociedade
E ver o encanto das belas gurias
Que possam lhe dar uma felicidade

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Lado A - 03 - Lembrança do passado

Intérprete: Gildo de Freitas

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Tenho saudade dos tempos bons de outrora
quando eu vivia lá fora na fazenda do branquinho
Com a minha gaita a minha faca prateada
a minha gaucha amada senhora mae dos meus filhos

Com elas três sempre em minha compania
vivo cheio de alegria sou um gaucho feliz
E a minha faca que eu carrego na cintura
conhece a minha bravura pelas peleias qu eu fiz

Minha gaucha um anjo que Deus me deu
ela por mim já sofreu mas ainda me admira
Quando ela ouve eu no radio estar catando
fica quietinha escutando e de saudade suspira

Minha acordeona sempre boa e afinada n
ão é gaita pianada é sanfoninha singela
Mas para mim contem diverso valor
porque muitos trovador já surrei tocando nela

E a minha faca que à alguns anos atrás
tinha trabalho demais esta descançando agora
Mas quando enxerga o churrasco e a farinha
corcoveia na bainha querendo sair pra fora

E hoje velho com os meus cabelos brancos
no improviso eu sou franco a rima nunca faltou
Graças a Deus canto com facilidade
porém me resta saudade do tempo bom que passou.

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Lado A - 04 - Nós somos todos iguais

Intérprete: Gildo de Freitas

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Delicado eu sempre fui
Pra quem tinha boa fé
Tenho ganhado questões
Só Deus sabe como é
A verdade é minha capa
Também nunca dei um tapa
Que o índio ficasse em pé

Foi cousas que se passaram pela minha mocidade
Quem tem meu temperamento vive por casualidade
Já nasci pra ser assim e troxe dentro de mim o gesto da autoridade


E pra ser autoridade
é preciso ter respeito
E também não se assustar
Do rompante do sujeito
Eu não carrego bagagem
E o homem que tem coragem
A morrer é mais atreito

No tempo do lá vai facão
Sempre fui um gaúcho bueno
Quantos brancos não dançavam
Nesses salões de moreno
De vereda já brigava na entrada
Para não perder o treino
Eu gostava desses bailes
Porque a entrada era barata
Meu sangue é de português
Sempre gostei de mulata
E elas me admiravam sorriam
Me arrodiavam por eu ser solto das patas


E eu terminava dançando
E a chinas achando graça
Eu acho que preto e branco
São feitos da mesma massa
Hoje é mansa a mocidade
Existe facilidade
Pra fazer cruza de raça

Hoje o preto e o moço branco
Tem o viver mais perfeito
Estudam na mesma aula
Não existe o preconceito
Hoje sem haver vexame
Passam pelo mesmo exame
Se formam do mesmo jeito
Que dê pro senhor felicidade

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Lado A - 05 - Resposta do facão de três listas

Intérprete: Gildo de Freitas

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Há uma história de um facão de três listas
Que um artista pois em gravação
Dizendo ele ser um homem valente
Linha de frente com aquele facão
Já fez até um tal relho trançado
É preparado pra brigar bastante
Diz que peleia que é metido a guapo
É bate papo desse ignorante

É conversa fiada, barulho de prato não é comida, vivente

Eu não peleio, mas cantando eu ripo
Homem do teu tipo não dá peleador
Nem a facão, com relho ou a bala
Tipo desta iguala, só dá falador
Não tenho medo de facão três listas
E nem tampouco de relho trançado
Eu levo a vida como um bom artista
Nasci com calma e não sou assustado

Depois da tempestade vem a calmaria, vivente

Gritar no rádio não é ter topete
É só manchete pra fazer banzé
Acha que a briga é muito bonita
Prende no grito e não diz com quem é
Até meus fãs pensam que é comigo
Se for eu digo que estou sempre às ordens
Em pensamento não mato e nem morro
E o cachorro que late não morde

Todo guaipeca é barulhento

Eu tenho medo é da tua coragem
Pela bobagem de fazer cartaz
Que eu sou gaúcho do sistema antigo
Faço não digo e tu diz e não faz
E eu não quero é que ameace
A minha classe com o teu modelo
Que eu me criei lidando com facão
E amanso um leão passando a mão no pelo

É isso aí, e o bichinho termina se entregando
Que trabalha até em circo


Peço a meus fãs não se preocuparem
E nem encarem esse facão três listas
Porque meus versos serve de conselho
Eu tiro o relho e o facão do artista
Só tiro as armas, mas não bato nele
Só digo a ele não fazer de novo
Faz que nem eu que canto e não brigo
E sou amigo de todo esse povo

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Lado A - 06 - Baile no Chico Torto

Intérprete: Gildo de Freitas e Y. Serra

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Manda e vai rolar rapaz,
era bem assim que se dançava lá no velho Chico.


Eu fui um baile na casa do Chico Torto
Era um baile buenacho e solto, mas só dançava valente
Quando eu cheguei à receita tinha se dado um reboliço danado
E a tinha um morto na frente

Aquele rapaz que tava morto
não era de raça morredeira
mais facilitou e a faca pegou ele
e já se foi pra já compadre.

Paguei entrada e dancei que fiquei corcunda
E quando eu cheguei lá nos fundos tinha um outro se lelando
Eu sou gaúcho que entendo deste assunto
Fiz uns versos pro defunto
E voltei pro salão dançando

Não ia dançar mais,
mas o falecido tinha umas primas bonita
que era um raio. Eu pensei comigo,
eu agora arrumo pra dançar com a prima dele de par
ou me descadero tudo de uma vez.

Preguei no grito gaiteiro toque um dobrado
E um xirú desconfiado me olhou com os olhos feios
E eu só gaúcho que conheço uma esgrima
Prendi no facão por cima e parti a gaita no meio.

O rapaz andava mal de vida,
e eu sempre ouvi dizer
que duas coisas valem mais do que uma,
resolvi fazer duas gaitas pro vivente.

Já disparou e terminou-se a folheria
E uns quatro ou cinco gemia e o resto já tava morto
Como eu gostei daquele divertimento
Baile bom cento por cento só se vê no Chico Torto

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Lado A - 07 - Percorrendo o Rio Grande

Intérprete: Gildo de Freitas

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Ô milonga galponeira
Já que tu tens qualidade
Vai dar uma volta ao mundo
No brasil da liberdade

Vai por mim lá no rio Grande
Terra de hospitalidade
Entra no Rio Grande amado
E vai matar minha saudade

Percorre bem meu Rio Grande
Leva bastante alegria
Em Alegrete, Rosário
São Borja, Santa Maria

São Gabriel, Dom Pedrito
Soledade e Vacaria
Novo Hamburgo e Porto Alegre
São Leopoldo e Caxias

Santana do Livramento
Jaguarão e Itaqui
Camaquã e Montenegro
São Francisco e Jaguari

Viamão e Santo Antônio
Taquara, Gravataí
Portão, Rincão do Cascalho
E São Sebastião do Caí

milonga chega nas praias
Em Torres, Tramandaí
No Pinhal e na Cidreira
Palmares, Capivari

Dá uma chegada em Pelotas
Rio Grande, Piratini
Vai a Pinheiro Machado,
Cachoeira e Cacequi

São Sepé e Caçapava
Lavras, Bagé e Três Passos
Vai levar a esta gente
Meu grande e sincero abraço

E diga a todos que agarrem
Um punhal de puro aço
Cortem o meu coração
E cada um leve um pedaço

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Lado A - 08 - Saudade de Alegrete

Intérprete: Gildo de Freitas

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Este Alegrete foi a terra que eu nasci
Depois no mundo eu andei, virei eu mexi
Mas sempre peço quando Deus mandar a morte
Também mande uma sorte de eu morrer junto de ti

Meu Alegrete, dos gaúchos campeiros
Dos corações bondosos e bem hospitaleiros

Este Alegrete é lugar de boa fé
Quem sai daqui quer voltar, se Deus quiser
E o gaúcho quando sai desta cidade
Quase morre de saudade eu não sei pelo que é

Meu Alegrete, dos gaúchos campeiros
Dos corações bondosos e bem hospitaleiros

Eu quando estou num lugar muito distante
Que eu deito e durmo e sonho com esta cidade
Eu me acordo já um tanto comovido
Passo o dia aborrecido quase louco de saudade

Meu Alegrete, dos gaúchos campeiros
Dos corações bondosos e bem hospitaleiros

Agora sim eu tô cantando mais contente
Eu me acho aqui no meio desta gente
Agora sim eu tô derrubando a saudade
Da minha velha amizade porque voltei novamente.

Meu Alegrete, dos gaúchos campeiros
Dos corações bondosos e bem hospitaleiros

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Lado A - 09 - Conhecendo o Brasil

Intérprete: Gildo de Freitas e Victor Settanni

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Tenho vontade correr o Brasil
Pra isso estou entusiasmado
Deixar meu rico céu de anil
E correr todos vinte e dois estados
À Paraná e Santa Catarina
Ir a São Paulo e Rio de Janeiro
À Ceará e depois Brasília
E um pedaço do torrão mineiro
Ao Pernambuco que é terra de açúcar
E trazer cheio um açucareiro
Para guardar de recordação
Porque é produto nosso brasileiro

Tenho vontade cantar o Pará
E lá no Acre o povo acreano
E na Amazonas terra da borracha
Em Alagoas para os alagoanos
Tenho vontade ir ao Maranhão
Ir ao Sergipe ver os sergipanos
Fazendo os versos no requebradinho
Lá na Bahia para o povo baiano

Quero cantar Espírito Santo
Depois voltar ao Piauí
Quero chegarem Rio Grande do Norte
Ver as belezas que eu ainda não vi
E em Paraíba tem mulher valente
Sou obrigado a chegar por ali
Em Mato Grosso vou ficar três dias
Vou montar em pelo numa Sucuri
Depois então eu volto conformado
Vinte e dois estados eu já conheci

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Lado A - 10 - Briga no carreiramento

Intérprete: Gildo de Freitas e Zezinho

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Um certo dia num carreiramento
Andei peleando lá pelo corredor
Tava peleando com mais de um cento
E uma china então saiu a meu favor
Pregou-lhe o grito e entrou no rodeio
E puxou logo a espada da cintura
O menor talho que ela deu foi palmo e meio
Que coube dentro umas quarenta rapaduras

Aquela china veia chegava dar rodeio
para quatro ou cinco policia, siô


Parou a briga e eu levei a china
E no local então ficou algum defunto
Parece até que aquilo era nossa sina
Matar alguém para depois nóis viver junto
Levei a china lá pra o meu ranchinho
E ela quem me prepara o chimarrão
Tomemo o verde abaixo de carinho
Só se cuidando de alguma traição

Mulher valente assim não dá em toceira rapaziada

Mulher valente no rancho é um respeito
Porque se acaso qualquer um gavião
Querer da china arrancar proveito
Pois pode crer que ele entra no facão
Eu no meu rancho me vendo agredido
Dou tantos tiros de fazer defunto
A china velha dá um nó no vestido
Vem pro meu lado e peleia junto

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Lado B - 01 - Acordeona

Intérprete: Gildo de Freitas e Milton José

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De madrugada quando dia vem raiando
Eu tô tomando no meu rancho chimarrão
E pra tristeza não ser muita no ranchinho

A acordeona faz carinho e alegra meu coração?
Ah acordeona tu te recorda da tua dona?
Ah acordeona tu te recorda da tua dona?


Quando enxergo teu retrato na parede
Eu fico doido perco a sede me deito não tenho sono
Minha acordeona reconhece a pobrezinha
Que a gaúcha que era minha tá na mão do outro dono

Ah acordeona tu te recorda da tua dona ?
Ah acordeona tu te recorda da tua dona?


Minha acordeona quando toca sempre diz
Que ao infeliz também chegará seu dia
Se acordeona disser isso com certeza
Leve a tristeza e depois traga a alegria

Ah acordeona tu te recorda da tua dona?
Ah acordeona tu te recorda da tua dona?


Eu já te amei como os anjos amavam a lira
Eu já te adorei como anjos adoram a Deus
Mas não enxergo em teu olhar esperança
Até nem quero ser feliz nos braços teus

Ah acordeona da um desprezo na tua dona?
Ah acordeona da um desprezo na tua dona?

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Lado B - 02 - Que jeito tem a Mariana

Intérprete: Gildo de Freitas

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Vai te preparando Pedro Raimundo

Pedro Raimundo desculpe a confiança
Apesar que eu não te conheço bem
Quero que mande os versos por lembrança
Me explicando o jeito que a Mariana têm
Pedro Raimundo desculpe a confiança
Apesar que eu não te conheço bem
Quero que mande os versos por lembrança
Me explicando o jeito que a Mariana têm

Tô ansioso pra saber...

Faço a pergunta já desconfiado
Que eu me representa que vi a Mariana
Dando peleia para três soldados
Têm que ser ela se acauso não me engana
Faço a pergunta já desconfiado
Que eu me representa que vi a Mariana
Dando peleia para três soldados
Têm que ser ela se acauso não me engana

Está mulher que eu to te falando
É uma alta meia magricela
Parou rodeio para três brigadianos
E não puderam tomar conta dela
Está mulher que eu to te falando
É uma alta meia magricela
Parou rodeio para três brigadianos
E não puderam tomar conta dela

Esta china véia dava mais volta
do que porca em parafuso seu


Eu vendo a briga me lembrei daquela
Que há muito tempo foi a china tua
Que te deixava lavando as panelas
Agarrava as armas e saia pra a rua
Eu vendo a briga me lembrei daquela
Que há muito tempo foi a china tua
Que te deixava lavando as panelas
Agarrava as armas e saia pra a rua

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Lado B - 03 - História dos passarinhos/h3>

Intérprete: Gildo de Freitas e Palmeira

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Eu destinei um passeio
Domingo muito cedinho
Peguei o meu violão
E fui pro mato sozinho
Descobri uma figueira
Com os galhos cheios de ninhos
E passei a manhã inteira
Em baixo dessa figueira apreciando os passarinhos

Como eu tava achando lindo
O viver dos passarinhos
Se via perfeitamente
Vir com a fruta no biquinho
Se via quando eles davam no bico do filhotinho
E eu ali estava entertido
Com o viver tão divertido da vida desses bichinhos

Depois veio o negro velho e também trazia um negrinho
E este tinha uma gaiola e dentro dela um bichinho
Perguntei que bicho é este
Diz ele esse é um canarinho
Com este bicho que está aqui
Nas florestas por aí eu caço qualquer passarinho

Cantava que redobrava
Aquele pobre bichinho
Parece até que dizia: É triste eu viver sozinho...
Só porque eu fui procurar comida pros filhotinhos...
E fui tirar desse alçapão...
Hoje eu estou nessa prisão e nunca mais fui no meu ninho

Aí eu fui recordando o que já me aconteceu
A muitos anos atrás que a polícia me prendeu
O juíz me condeno e depois de mim se esqueceu
E eu pelo rádio escutava quando os colegas cantava e aquilo me comoveu
Então eu fui perguntando quanto quer pelo bichinho
Respondeu ele eu não vendo
Eu cacei pra o meu filhinho
Porém saiu uma voz da boca do gurizinho
E a gaiola custo 10 quem me der 20 mil réis pode levar o passarinho

Comprei com gaiola e tudo para evitar discusão
E fui abrindo a portinha
E abrindo meu coração
E o bichinho foi saindo
E eu peguei meu violão
E num versinho eu fui dizendo
O que tu estava sofrendo eu já sofri na prisão
Quem vai caçar de gaiola
Pra ver os bichos na grade
Deveria ser punidos pelas mesma autoridade
Porque o coração dos bichos
Também conserva amizade
O lei tu faça o que puder
Mas os bichos também quer ter a mesma liberdade

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Lado B - 04 - Já dormi em cemitério

Intérprete: Gildo de Freitas

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Esta mania de pessoas antigas
De dizer que há lugares metidos a assombrados
Eu por exemplo sou gaúcho e não creio
Até em cemitérios eu já tenho posado
Ainda esses dias se deu um caso sério
Disparei da policia e fui dormir num cemitério
E eu por lá passei a noite descansado
Porque não vi polícia e nem o delegado
Eu tenho medo é só de gente viva
Pela má língua que as pessoas têm
De gente morta eu não tenho medo
Porque os coitadinhos não fazem mal a ninguém

Claro que não faz!
Não te assusta de caveira João!
Têm muita gente que quer ver tua caveira!


Está mania de pessoas antigas
De dizer que há lugares metidos a assombrados
Eu por exemplo sou um gaúcho e não creio
Até em cemitérios eu já tenho posado
Ainda estes dias se deu um caso sério
Disparei da policia e fui dormir num cemitério
E eu por lá passei a noite descansado
Porque não vi polícia e nem o delegado
Eu tenho medo só de gente viva
Pela mania que as pessoas têm
De gente morta eu não tenho medo
Porque os coitadinhos não fazem mal a ninguém

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Lado B - 05 - Faca prateada

Intérprete: Gildo de Freitas

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Esta faca prateada
Que hoje eu mostro pra você
Pois esta em 93
Naqueles tempos passados
Quando branco colorado
Pica pau com Maragato
Com esta faca de prata
Muitos foram degolados

Naquelas revoluções
De combates de entreveros
Sempre havia um prisioneiro
Isso de ambos os lados
Para que fossem julgados
Se iam para quatro estacas
Ou então para o fio da faca
Pra ser morto degolado

Vejam que barbaridade
Os tempos de antigamente
Matavam barbaramente
Sem piedade sem dó
Já com a faca na mão
Dizia o degolador
Você não vai sentir dor
Encoste aqui seu gogó
E ao degolar o vivente
Com aquela prateada
O carrasco em gargalhada
Dizia descansa em paz
Gritava tragam no mais
Este gorducho pachola
Pra ver a dor da degola
E a cosca que a faca faz

E antigamente era assim
Que se diziam o macanudo
Mas foi a falta de estudo
Que trouxe esse carranchismo
Se eles lessem o catecismo
Depois dos livros da escola
Não havia tais degola
E nem tanto barbarismo

Mas depois surgiu um homem
Que ganhou as eleições
Findou com as revoluções
E deu estudo pra infância
Coisa de muita importância
Foi findar com as hora amargas
O doutor Getúlio Vargas
Que acabou com a ignorância

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Lado B - 06 - Não enjeito proposta

Intérprete: Gildo de Freitas

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Eu tenho pena deste coitadinho
Que anda dizendo que é trovador
Vamos nós dois trovar numa praça
Pro povo ver quem tem mais valor
É só você marcar o local
Nós apostamos um bom capital
E o povo todo é nosso julgador

Tu apresenta o teu repentismo
Depois eu entro e apresento o meu
Depois eu canto o que eu escrevi
Tu também canta o que escreveu.
Depois trovemo versos de seis linha
A tuas rima bate contra a minha
E o povo nota quem é que perdeu.

No desafio eu te faço proposta
Arruma um outro que tenha cartaz
Respondo todas perguntas no verso
Que em conjunto tu e ele faz.
Um de nós três vai gozar depois
Se eu perder pra vocês os dois
Eu entrego o cargo e não trovo mais

Certas bobagens que andas dizendo
É pura inveja do Gildo de Freitas
Eu tenho a cara de homem sincero
E uso ela conforme foi feita.
E a tua cara é duma forma elástica
Já fez até uma operação plástica
E nem assim a cara não se ajeita.

Caso de briga eu não respondo mais
E o povo todo sei que não repara
Por que já sabem que és de bate papo
Tu te ouriça e depois dispara.
Já estes dias um gaiteiro teu
Algo com ele aconteceu
E te sentou-lhe um cinzeiro na cara

Nem te alembraste do facão três listras
E nem tampouco do relho trançado
Tu te lembrou foi de chamar recurso
Já deste prova de homem assustado.
Ele acertou por tu não ter destreza
Pra que então que arrotas grandeza
E depois fica de couro marcado

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Lado B - 07 - Gostei lá do Paraná

Intérprete: Gildo de Freitas e Victor Settanni

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Tenho vontade correr o Brasil
Pra isso estou entusiasmado
Deixar meu rico céu de anil
E correr todos vinte e dois estados
À Paraná e Santa Catarina
Ir a São Paulo e Rio de Janeiro
À Ceará e depois Brasília
E um pedaço do torrão mineiro
Ao Pernambuco que é terra de açúcar
E trazer cheio um açucareiro
Para guardar de recordação
Porque é produto nosso brasileiro

Tenho vontade cantar o Pará
E lá no Acre o povo acreano
E na Amazonas terra da borracha
Em Alagoas para os alagoanos
Tenho vontade ir ao Maranhão
Ir ao Sergipe ver os sergipanos
Fazendo os versos no requebradinho
Lá na Bahia para o povo baiano

Quero cantar Espírito Santo
Depois voltar ao Piauí
Quero chegarem Rio Grande do Norte
Ver as belezas que eu ainda não vi
E em Paraíba tem mulher valente
Sou obrigado a chegar por ali
Em Mato Grosso vou ficar três dias
Vou montar em pelo numa Sucuri
Depois então eu volto conformado
Vinte e dois estados eu já conheci

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Lado B - 08 - Definição das pilchas

Intérprete: Gildo de Freitas

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Senhores este barulho, que estao ouvindo agora
Que faz esse trintrintrin é a roseta das espora
Pois tem muita serventia e a muito ate me destrai
E a minha espora so sai quando eu tiro a bota fora

Esse aqui é o tirador pra peões e capataz
Quando se laça de a pé se deita o corpo pra traz
Pilcha de muito valor sempre atada na cintura
Pra livrar a queimadura do golpe que o laço faz

Esse aqui é o cinturão, muitos chamam de guaiaca
Onde guardo o cruzeiro, mas já guardava a pataca
Vai preso no mesmo cinto, mais um casal que resolve
O velho amigo revólver esposo da velha faca

Faca veia cortadeira, revólver fabricante de defunto!!

Esse aqui é o chapéu de aba e de barbicacho
Pra o sol não bate nos olhos se dobra as aba pra baixo
Esse pano no pescoço não vão pensar que é gravata
É o lenço que a gente ata em pescoço de índio macho

Índio de fala fina não pode amarra lenço!!

Esse aqui é o pala branco que deito em cima da blusa
É um enfeite do traje que todo gaúcho usa
Já tem o nome na historia por ser traje de respeito
Que o mais perverso sujeito admira e não abusa

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Lado B - 09 - História de um fazendeiro

Intérprete: Gildo de Freitas

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Eu me chamo Felisbino, nasci no Torrão Vermelho
Fui peão e sou patrão sempre lutando pareio
Muitas cabeças de touro eu quebrei a cabo de reio
Estou velho, mas pro serviço não sei dobrar o joelho
E por saber que morro cedo deixo os versos por conselho


A galinha pra botar ela precisa de indez
E por isso então não desmanchem o que este velho fez
Segurem não ponham o que eu deixar pra vocês
Fortuna que é posta fora não se adquire outra vez

Cada genro é uma estrela que na minha casa brilha
Se acreditar em conselho será uma maravilha
Não vendam não ponham fora o que eu deixar pra família
Cuida e zela pra teus filhos o que eu deixar pras minhas filhas

E você meu filho homem escute o que eu digo agora
A parte que te tocar desfruta, zela e adora
Pra amanhã depois teus filhos e a minha querida nora
Desfrutaram a fortuna de quem deu e foi embora

Esta estância em que vivemos foi por mim adquirida
Não foi logrando ninguém e nem herança vencida
Agora já que me sinto cansado no fim da vida
Faço votos que não seja depois de ganha perdida

Eu me chamo Felisbino nascido no Caroquem
Não tive herança de pai trabalhando é que arranjei
Com gosto entrego a vocês tudo tudo o que ganhei

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Lado B - 10 - Cinco mulheres

Intérprete: Gildo de Freitas e Milton José

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Leia a Letra

A primeira mulher que eu gostei
Eu amei e ela não me amou
Por aquela eu sofri eu chorei
E ela por mim ainda nunca chorou
A segunda mulher que eu gostei
Por ciúmes não vivemos em paz
A mulher ciumenta é um perigo
De tudo na vida se acha capaz

É bonito a gente gostar
Mas precisa ser correspondido
Pra depois não ter que chegar
A sofrer os trechos que tenho sofrido
E por isto não sei se te amo
Eu estou ainda te estudando
Se errares comigo reclamo
E parto sorrindo e tu fica chorando

A terceira mulher que eu gostei
Era linda em bem carinhosa
Eu daquela eu também deixei
Por não aturei por ser muito teimosa
E a quarta também foi se embora
Em amor não tivemos proveito
E a quinta é você agora
Que ainda eu não sei se amamos direito

É bonito a gente gostar
Mas precisa ser correspondido
Pra depois não ter que chegar
A sofrer os trechos que tenho sofrido
E por isto não sei se te amo
Eu estou ainda te estudando
Se errares comigo reclamo
E parto sorrindo e tu fica chorando

Por que toda mulher de hoje em dia
Quer ter a mania de se governar
Por isto é que eu acho
Casório um problema
Pois esse sistema comigo não da
Elas nascem pra ser governada
Depois de casada ou antes de ser
Por isto elas casam e recebem outro nome
Que o nome do homem que ela escolher

É bonito a gente gostar
Mas precisa ser correspondido
Pra depois não ter que chegar
A sofrer os trechos que tenho sofrido
E por isto não sei se te amo
Eu estou ainda te estudando
Se errares comigo reclamo
E parto sorrindo e tu fica chorando

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