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Os grandes sucessos de Gildo de Freitas Volume 2 - 2011


Músicas

Lado A - 01 - História Dos Passarinhos

Intérprete: Gildo de Freitas e Palmeira

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Leia a Letra

Eu destinei um passeio
Domingo muito cedinho
Peguei o meu violão
E fui pro mato sozinho
Descobri uma figueira
Com os galhos cheios de ninhos
E passei a manhã inteira
Em baixo dessa figueira
Apreciando os passarinhos

Como eu tava achando lindo
O viver dos passarinhos
Se via perfeitamente
Vir com a fruta no biquinho
Se via quando eles davam
No bico do filhotinho
E eu ali estava entertido
Com o viver tão divertido
Da vida desses bichinhos

Depois veio o negro velho
E também trazia um negrinho
E este tinha uma gaiola
E dentro dela um bichinho
Perguntei que bicho é este
Diz ele esse é um canarinho
Com este bicho que está aqui
Nas florestas por aí
Eu caço qualquer passarinho
Cantava que redobrava
Aquele pobre bichinho

Parece até que dizia:
É triste eu viver sozinho...
Só porque eu fui procurar
Comida pros filhotinhos...
E fui tirar desse alçapão...
Hoje eu estou nessa prisão
E nunca mais fui no meu ninho

Aí eu fui recordando
O que já me aconteceu
A muitos anos atrás
Que a polícia me prendeu
O juíz me condeno
E depois de mim se esqueceu
E eu pelo rádio escutava
Quando os colegas cantava
E aquilo me comoveu
Então eu fui perguntando
Quanto quer pelo bichinho
Respondeu ele eu não vendo
Eu cacei pra o meu filhinho
Porém saiu uma voz
Da boca do gurizinho
E a gaiola custo 10
Quem me der 20 mil réis
Pode levar o passarinho

Comprei com gaiola e tudo
Para evitar discusão
E fui abrindo a portinha
E abrindo meu coração
E o bichinho foi saindo
E eu peguei meu violão
E num versinho eu fui dizendo
O que tu estava sofrendo
Eu já sofri na prisão
Quem vai caçar de gaiola
Pra ver os bichos na grade
Deveria ser punido
Pelas mesma autoridade
Porque o coração dos bichos
Também conserva amizade
O lei tu faça o que puder
Mas os bichos também quer
Ter a mesma liberdade

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Lado A - 02 - Figueira amiga

Intérprete: Gildo de Freitas

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Esta figueira, meus amigos fica
na esquina do forte com a Assis Brasil


Figueira como é que pode
Estares modificada
E vejo assim tão cercada
De casas de moradia
Onde estão as ferrarias
Do Carlo e do Zéca Paiva
Francamente eu tenho raiva
De não ver mais quem eu via.

Figueira faz tanto tempo
Que eu estava retirado
Aqui deixei meu passado
E hoje venho a procura
Só não vejo as criatura
Que eu vi e sou testemunha
Pegando cavalo a unha
Para porem a ferradura.

Passavam tropas e tropas pelo passo da mangueira
E na estrada da pedreira pouco adiante do boeirinho
O matador assassino e as facas carneadeiras
Parece até brincadeira que o tempo modificou
Que fim será que levou teus velhos dono figueira
Eu tenho até que teus donos à anos já faleceram
E os herdantes venderam para outros seus direito
Ficaste assim desse geito cercada de vizinhança
Que fim levou as crianças e aquelas moças tão lindas
Recordo de tudo ainda e não me sai da lembrança.
Quem tu eras, quem tu és, oh figueira bonitona.
Zéca Paiva era o teu dono, a dona Arzira tua dona
Quantas vezes em tua sombra churrasquiei, toquei sanfona
E a evolução por vaidade transformou tudo em cidade,
passou a ser cidadona


Se eu pudesse eu te mudava
Pra um lugar de campo aberto
Para sentires de perto
As coisas de antigamente
Tu com toda essa beleza
I esse estranho ambiente
Não podes viver contente
Distante da natureza.

É isso mesmo figueira, tu és a recordação do meu velho passado
Vamô encerrar gaiteiro

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Lado A - 03 - Definição Do Grito

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Uma vez num outro estado me pediram informação
Pelo quê que no Rio Grande todo gaúcho é gritão
Bem ali no pé da letra já lhe dei explicação
São tradições do estado pra quem foi acostumado
a gritar com a criação.

Assim mesmo não são todos do falar agritalhado
O gaúcho da cidade tem o falar moderado
Na campanha é que há razões de falar mais alterado
Isto são coisas da vida pra quem se criou na lida sempre
gritando com o gado.

Quem se criou na campanha saltando de madrugada
Obedecendo o patrão e pondo a tropa na estrada
Quem quiser ver coisa feia é uma tropa estourada
É ali que eu acredito que a gente não dando uns grito
se perde toda a boiada.

Dou definição do grito porque me criei tropeando
Hoje de vida mudada vivo no disco gravando
Mas eu tenho a impressão que ouço o gado berrando
Por isso às vezes facilito e sem querer dou-lhe um grito
e gravo a letra gritando.

A resposta da pergunta sempre eu achei mais bonita
Aí pra banda do norte, aonde eu não fiz visita
Responderei pelo disco, sei que este povo acredita
Nesta minha gravação fica dada a explicação
Por que é que o gaúcho grita

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Lado A - 04 - Que Negrinha Boa

Intérprete: Gildo de Freitas e Ignácio da Silva

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Leia a Letra

O povo já descobriu
Que eu gosto da Gabriela
Pegaram nós se beijando
Numa festa de capela
Ela é louquinha por mim
E eu louquinho por ela
Por isso me resolvi
Juntar os trapos com ela
Tenho medo é de um artista
Que anda de olho nela

De noite quando eu me deito
Ao lado da minha bela
Eu fecho a porta com a chave
Ponho a tranca e a tramela
O gavião é perigoso
Mete o bico na janela
Tenho medo é de um artista
Que anda de olho nela

Ela deita no meu braço
eu durmo nos braços dela
Ela agarradinha em mim
E eu agarradinho nela
Bem magrinha e bem pretinha
Negra boa de costela
Tenho medo é de um artista
Que anda de olho nela

Não tem prata nem brilhante
Que pague a minha donzela
Francamente eu até tenho
Bastante ciúmes dela
Eu agora vou pra casa
Pra cuidar da Gabriela
Por que já tem outro artista
Que anda de olho nela

Eu cuido da minha negra
Dou sopinha na tigela
Dou café, almoço e janta
Mingauzinho com canela
Tiro o pó todo da casa
Lavo os pratos e a panela
Não precisa trabalhar
Eu faço tudo por ela
Vou bater no Teixeirinha
Por andar de olho nela

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Lado A - 05 - Eu não sou convencido

Intérprete: Gildo de Freitas

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Esse negócio de dizer que tu me ama
E a minha ausência te causa desespero
Não é a minha boniteza quem tem chama
E com certeza deve ser o meu dinheiro

Vamô acabá com esse apaixonamento
por que eu sou um gaúcho viajado
Eu estou velho mas tenho fibra e talento
não aprendi a amar sem ser amado
ah, é tão bonito a gente amar e ser amado

Eu reconheço que sou um homem feioso
E que a feiúra caiu por cima de mim
Tenho no peito um coração amoroso
E a bonitona que me quiser é assim

Se eu descobrir que me amas com firmeza
Talvez uns tempo nós possa viver juntinho
Daí sou eu quem desfruta essa beleza
E tu desfruta essa feiúra e meu carinho
ha há, daí é pouco pra ti

Toda mulher é preciso ter beleza
Para deixar muitos corações aflitos
Porém o homem é feio por natureza
E para amar não é preciso ser bonito

Vamô acabá com esse apaixonamento
por que eu sou um gaúcho viajado
Eu estou velho mas tenho fibra e talento
não aprendi a amar sem ser amado
vamô fechá a porteira e ta dado meu recadinho malvada

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Lado A - 06 - Eu Reconheço Que Sou Um Grosso

Intérprete: Gildo de Freitas

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Me chamam de grosso, eu não tiro a razão
Eu reconheço a minha grossura
Mas sei tratar a qualquer cidadão
Até representa que eu tenho cultura
Eu aprendi na escola do mundo
Não foi falquejado em bancos colegiais
Eu não tive tempo de ser vagabundo
Porque bom gaúcho vergonha não faz

Eu trabalhava, ajudava os meus pais
Eu sempre levei a vida de peão
Porque no tempo que eu era um rapaz
Qualquer um serviço era uma diversão
Eu lidava no campo cantando pros bichos
Porque pra cantar eu trouxe vocação
Por isso até hoje eu tenho por capricho
De conservar a minha tradição.

Eu aprendi a dançar aos domingos
Sentindo o cheiro do pó do galpão
Eu pedia licença apeava do pingo
E dizia adeus assim de mão em mão
E quem conhece o sistema antigo
Reclame por carta se eu estou mentindo
São documentos que eu trago comigo
Porque o respeito eu acho muito lindo

Minha sociedade é o meu CTG
Porque nela enxergo toda a antiguidade
E não se confunda eu explico por que
Os trajes das moças não são à vontade
E se, por acaso, um perverso sujeito
Querer fazer uso e abusos de agora
Já entra o machismo impondo respeito
E arranca o perverso em seguida pra fora

Ô mocidade associem com a gente
Vão no CTG e leve os documento
Vão ver de perto que danças decente
E que sociedade de bons casamentos
Vão ver o respeito, vão ver a alegria
Vão ver o capricho desta sociedade
E ver o encanto das belas gurias
Que possam lhe dar uma felicidade

O meu pensamento agora vai longe
Cruzar a fronteira os Estados Unidos
Que com certeza esta hora também
Arguém me escuta por ter bons ouvidos
E ao presidente de lá desta terra
Que é deste povo bastante querido
Este gaúcho aqui não tem falha
Porém eu quero agradecer as medalha
Que nesse verso ficar agradecido

A ti ô doutor Antônio gaúcho
Que Deus nos conserve a nossa amizade
Tu tens razão e merece essa ideia
Que Deus te deu tanta mentalidade
Por ser um gaúcho, um advogado
Que bota e que tira o vivente da grade
Eu neste versinho eu quero te dizer
Eu peço pra Deus pra Ele atender
Que dê pro senhor felicidade

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Lado A - 07 - Lembrança do Passado

Intérprete: Gildo de Freitas

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Tenho saudade dos tempos bons de outrora
quando eu vivia lá fora na fazenda do branquinho
Com a minha gaita a minha faca prateada
a minha gaucha amada senhora mae dos meus filhos

Com elas três sempre em minha compania
vivo cheio de alegria sou um gaucho feliz
E a minha faca que eu carrego na cintura
conhece a minha bravura pelas peleias qu eu fiz

Minha gaucha um anjo que Deus me deu
ela por mim já sofreu mas ainda me admira
Quando ela ouve eu no radio estar catando
fica quietinha escutando e de saudade suspira

Minha acordeona sempre boa e afinada n
ão é gaita pianada é sanfoninha singela
Mas para mim contem diverso valor
porque muitos trovador já surrei tocando nela

E a minha faca que à alguns anos atrás
tinha trabalho demais esta descançando agora
Mas quando enxerga o churrasco e a farinha
corcoveia na bainha querendo sair pra fora

E hoje velho com os meus cabelos brancos
no improviso eu sou franco a rima nunca faltou
Graças a Deus canto com facilidade
porém me resta saudade do tempo bom que passou.

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Lado A - 08 - Homem Feio E Sem Coragem Não Possui Mulher Bonita

Intérprete: Gildo de Freitas

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Hahaa, é isso aí
Um dia eu e o mano
se ressolvemo um passeio
e fomos apreciar um baile
na Estancia Campo do Meio

meu irmão foi num cavalo
que era flor de rodeio
era um tostado castanho,
um pingo de bom tamanho
de confiança nos arreio


Eu fui num cavalo preto
de acordo com a noite escura
e o pingo solto de patas
que era uma formosura
se acaso eu e meu mano
fizesse alguma loucura
e botasse a vida em jogo
os pingos soltavam fogo
do rompão das ferradura

Quando chegamos na estância
o baile estava animado
no galho duma figueira
deixei meu cavalo atado
cheguei e paguei entrada,
entrei muito entusiasmado
e fui tirando meu pala
e apartando um par da sala
e dançando um xote marcado



Meu irmão dançou com
a loira e eu dançei com a morena
saí no ouvido dela
chorando que dava pena
meu irmão também com
a outra repetia a mesma cena
nõs os quatro agarradinho,
parecia dois barquinhos,
quando as águas tão serena

Quando foi de madrugada
estava tudo combinado
pra uma saltar no preto e
a outra no tostado
Saímos na noite escura olhando
o céu estrelado oigatê noivado lindo
quando sol vinha surgindo
chegamo em casa atrasado


E eu disse pra minha mãe,
a senhora tem visita

De hoje em diante mamãe
estas duas senhoritas
lhe obedecem como sogra,
a Terezinha e a Rita
desculpe a nossa bobagem
é que homem feio e sem coragem
não possui mulher bonita

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Lado A - 09 - Baile no Chico Torto

Intérprete: Gildo de Freitas e Y. Serra

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Leia a Letra

Manda e vai rolar rapaz,
era bem assim que se dançava lá no velho Chico.


Eu fui um baile na casa do Chico Torto
Era um baile buenacho e solto, mas só dançava valente
Quando eu cheguei à receita tinha se dado um reboliço danado
E a tinha um morto na frente

Aquele rapaz que tava morto
não era de raça morredeira
mais facilitou e a faca pegou ele
e já se foi pra já compadre.

Paguei entrada e dancei que fiquei corcunda
E quando eu cheguei lá nos fundos tinha um outro se lelando
Eu sou gaúcho que entendo deste assunto
Fiz uns versos pro defunto
E voltei pro salão dançando

Não ia dançar mais,
mas o falecido tinha umas primas bonita
que era um raio. Eu pensei comigo,
eu agora arrumo pra dançar com a prima dele de par
ou me descadero tudo de uma vez.

Preguei no grito gaiteiro toque um dobrado
E um xirú desconfiado me olhou com os olhos feios
E eu só gaúcho que conheço uma esgrima
Prendi no facão por cima e parti a gaita no meio.

O rapaz andava mal de vida,
e eu sempre ouvi dizer
que duas coisas valem mais do que uma,
resolvi fazer duas gaitas pro vivente.

Já disparou e terminou-se a folheria
E uns quatro ou cinco gemia e o resto já tava morto
Como eu gostei daquele divertimento
Baile bom cento por cento só se vê no Chico Torto

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Lado A - 10 - Pedidos de Um Gaúcho

Intérprete: Gildo de Freitas

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Quero deixar uns pedidos
Já gravem bem na memória
Quando eu ir para o céu
Que findar a minha história
Vou cantar versos pra os anjos
Pra todo reino da glória

Que em cada reza
Façam um grande sóvel
Que eu possa subir por ele
Até na porta do céu
Porque Deus há de ouvir
A reza que o povo fez
E eu de lá hei de cantar
Versos lindos pra vocês


E o meu primeiro pedido
Agora vou declarando
Quero uma cavalaria
Meu enterro acompanhando
O povo batendo palma
E uma sanfona chorando

Na hora de me velar
Quero quatro candeeiro
Devidamente pilchado
Meus amigos e companheiros
E quero ser enterrado
Bem ali no meu potreiro

Em roda do meu jazigo
Deixem crescer o capim
Um ou dois cavalos amigo
Pastando em roda de mim
Não me ponham na parede
Porque é contra o meu querer
Me ponham na terra virgem
Que me ajudou a crescer


Não é preciso haver choro
Que todos pensem assim
Quero dois índios trovando
No dia que eu tiver fim
E o que eu cantei por vocês
Quero que cantem por mim

Amigos estes convites
É pra o fim da minha vida
Quero cantiga à vontade
Que corra frouxa a bebida
Bebam cantem mas não briguem
E respeitam o meu defunto
Para evitar que eu me alerte
E saia pelejando junto


E o meu último pedido
Atendam com devoção
A bandeira do Rio Grande
Enrolem no meu caixão
E um letreiro na cruz
Que vai cravada no chão
Aqui descansa um gaúcho
Que honrou a tradição

Vamô encerra a porteira!

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Lado A - 11 - Trança de China

Intérprete: Gildo de Freitas

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É cousa triste gauchada amiga
Quando se deixa um amor pra trás
Se dá uma volta pelo pago alheio
Quando se volta não se encontra mais

Eu digo isso é por que aconteceu
Deixei a china dentro do ranchinho
E a malvada se aborreceu
Se foi embora e me deixou sozinho

Se fosse no verão não era nada,
mas no inverno qualquer magricela faz falta

Quando ela soube da minha chegada
Voltou no rancho pra pedir perdão
Eu disse a ela você está perdoada
Mas pra viver junto comigo não

Saltei na china, puxei da prateada
E dei-lhe um talho que atorou a trança
Mandei fazer uma rédea trançada
E é só o que eu tenho dela por lembrança

Mulher falsa em rancho
é mais uma pistola engatilhada contra a gente amigo

Eu disse a ela você vai embora
Já que por mim você foi cortada
Dê meia-volta e saia campo afora
Que china falsa não me vale nada

É cousa triste gauchada amiga
Quando se deixa um amor pra trás
Se dá uma volta pelo pago alheio
Quando se volta não se encontra mais

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Lado B - 01 - Saudade Dos Pagos

Intérprete: Gildo de Freitas

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Eu quando vim lá da minha terra
Eu deixei por lá muita recordação
O meu cavalo, por nome Esperança
Que era toda minha estimação
Deixei também um apero completo
Que dava inveja no próprio patrão
Um par de rédeas de couro de pardo
Mala de ponche e dois pelegão

Deixei até uma lavoura plantada
Já tinha dado a primeira capina
Eu deixei tudo, e não quis mais nada
Porque criei raiva de uma china
Eu deixei tudo, mas porém não ligo
Sei que não volto mais pro meu rincão
Tando distante não tem perigo
Que a china abrande o meu coração

Eu trouxe um laço de couro de pardo
Foi que restou da minha profissão
Num entrevero de china bonita
Eu quero dar uma demonstração
Eu qualquer dia eu tomo umas canha
Garro meu laço e caio na farra
Marco a china que tenha picanha
E dou-lhe um pealo velho de cucharra

Eu sou gaúcho, que acompanhei
Todas as voltas que o mundo requer
Meus interesses eu abandonei
E deixei meus pago por causa e mulher
Eu quero dar mai um tiros de laço
Pra ver as volta que meu laço faz
Depois então, eu descanso meu braço
E me assossego, e não pealo mais

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Lado B - 02 - Sem Você Não Sou Feliz

Intérprete: Gildo de Freitas

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Morena vamos embora morar lá no meu rincão
Começando desde agora, te darei meu coração
Lá dentro do meu ranchinho feliz havemos de ser
Deus do céu abre os caminhos, serás minha até morrer
Eu preciso de você pra enfeitar meu ranchinho
E preciso merecer um pouco dos teus carinhos
Eu ao lado de você fica tudo mais azul
Embarca morena, embarca e vamos embora pro sul.

A terra é boa,. o gaúcho é bom, o céu é azul
Embarca morena, embarca vamos embora pro sul.

Vai lá conhecer meu pago, o rancho bem macanudo
Ali pra nossa vivenda no rancho tenho de tudo
Vertente de água boa tem no terreiro da casa
Fogão de lenha comprida que amanhece com brasa.
Porcada, chiqueiro alto pra conservar com limpeza
Setenta quadras de campo, pastagem por natureza
Muitas criações de gado, nunca conheci pobreza
Mas toda minha fortuna não paga tua beleza.

Tenho carro de passeio, um bom cavalo de encilha
Pra você já amansei uma potranca tordilha
Pra mim só falta você entre tantas maravilhas
Sou ricaço solitário, sou tristonho sem família.
Se tu gostares de mim conforme de ti gostei
Tu me respondas que sim pra casar perante a lei
Já te contei as riquezas que trabalhando eu já fiz
Mas sem a tua beleza não poderei ser feliz

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Lado B - 03 - Resposta Do Facão De Três Listas

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Há uma história de um facão de três listas
Que um artista pois em gravação
Dizendo ele ser um homem valente
Linha de frente com aquele facão
Já fez até um tal relho trançado
É preparado pra brigar bastante
Diz que peleia que é metido a guapo
É bate papo desse ignorante

É conversa fiada, barulho de prato não é comida, vivente

Eu não peleio, mas cantando eu ripo
Homem do teu tipo não dá peleador
Nem a facão, com relho ou a bala
Tipo desta iguala, só dá falador
Não tenho medo de facão três listas
E nem tampouco de relho trançado
Eu levo a vida como um bom artista
Nasci com calma e não sou assustado

Depois da tempestade vem a calmaria, vivente

Gritar no rádio não é ter topete
É só manchete pra fazer banzé
Acha que a briga é muito bonita
Prende no grito e não diz com quem é
Até meus fãs pensam que é comigo
Se for eu digo que estou sempre às ordens
Em pensamento não mato e nem morro
E o cachorro que late não morde

Todo guaipeca é barulhento

Eu tenho medo é da tua coragem
Pela bobagem de fazer cartaz
Que eu sou gaúcho do sistema antigo
Faço não digo e tu diz e não faz
E eu não quero é que ameace
A minha classe com o teu modelo
Que eu me criei lidando com facão
E amanso um leão passando a mão no pelo

É isso aí, e o bichinho termina se entregando
Que trabalha até em circo


Peço a meus fãs não se preocuparem
E nem encarem esse facão três listas
Porque meus versos serve de conselho
Eu tiro o relho e o facão do artista
Só tiro as armas, mas não bato nele
Só digo a ele não fazer de novo
Faz que nem eu que canto e não brigo
E sou amigo de todo esse povo

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Lado B - 04 - Acordeona

Intérprete: Gildo de Freitas e Milton José

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Leia a Letra

De madrugada quando dia vem raiando
Eu tô tomando no meu rancho chimarrão
E pra tristeza não ser muita no ranchinho

A acordeona faz carinho e alegra meu coração?
Ah acordeona tu te recorda da tua dona?
Ah acordeona tu te recorda da tua dona?


Quando enxergo teu retrato na parede
Eu fico doido perco a sede me deito não tenho sono
Minha acordeona reconhece a pobrezinha
Que a gaúcha que era minha tá na mão do outro dono

Ah acordeona tu te recorda da tua dona ?
Ah acordeona tu te recorda da tua dona?


Minha acordeona quando toca sempre diz
Que ao infeliz também chegará seu dia
Se acordeona disser isso com certeza
Leve a tristeza e depois traga a alegria

Ah acordeona tu te recorda da tua dona?
Ah acordeona tu te recorda da tua dona?


Eu já te amei como os anjos amavam a lira
Eu já te adorei como anjos adoram a Deus
Mas não enxergo em teu olhar esperança
Até nem quero ser feliz nos braços teus

Ah acordeona da um desprezo na tua dona?
Ah acordeona da um desprezo na tua dona?

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Lado B - 05 - Baile Dos Cabeludos

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Um dia nesse passado se resolvemo a sai,
Eu o cumpadri Teixeira e o Portela e o Delavi
Fomo aprciar um baile que esistia por ali
Um baile dos cabeludo voces vão morre de ri

Quando cheguemo no baile foi aquele alvorosso
Os cabeludo dizendo tão de lenço no pescoço
Chego o chefe da sala e disse olha seu moço
Arretire seus amigo por que aqui não dança grosso
Que desaforo!

Foi ele me dize isso foi aquela fumaceira
Dei lhe dois tiro pra cima e o coitado do teixeira
Tinha ido sem revolve deu de mao numa cadeira
Cada burduada que dava levantava as cabeleira
Vai dando na cabeça!

E os cabeludo coriam igual oveia em rebanho
E o pobre do delavi levou um susto tamanho
Se embreto cos cabeludo dentro dum quarto de banho
Naquilo eu ouvi um grito e notei que não era estranho

Trancaro a porta por fora e tavam la naquele enredo
Eu atirei na fechadura pra descobri o segredo
Delavi passo correndo e se foi aos auvoredo
E eu ouvi aquela voz pedro para, para pedro

E o meu cumpadi Teixeira quando termino a rinha
Se agarro num cabeludo dizendo assim essa é minha
Que menina parecida com a Meri Terezinha
Fui obrigado a grita-larga o home Teixerinha
Larga que isso é home tche!

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Lado B - 06 - É Assim Que Eu Sou

Intérprete: Gildo de Freitas e Carlos M. Pereira

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Sou composto de dois lados, um é bom o outro é ruim
Não é defeito do corpo, eu gosto de ser assim
O que presta e o que não presta, terão sempre o mesmo fim
Sou ruim porque não deixo, pisarem em cima de mim

(-Me sinto bem como sou, a minha mania é está
Sou servidor dos amigos, sei alegrar qualquer festa
Pra defender um pequeno, eu quebro o chapéu na testa
Só uso o lado ruim, quando o caboclo não presta)

Não vou atrás de fuxico, nem gosto de lero-lero
As pessoas que se humilham, são as que eu mais considero
Pra quem faz e acontece, eu lhe chamo cá te espero
Ganho bem e me governo, faço da vida o que eu quero

(-Não tenho medo da morte, se um dia ela vier
A natureza me trouxe, me leve quando quiser
Jamais eu dobro a espinha, pras esses tipo qualquer
Só me entrego pra carinho, quando gosto da mulher)

Assim mesmo nem por elas, eu nunca fui governado
Gosto delas porque sei, cumprir meu dever sagrado
Respeito a china que eu gosto, pra também ser respeitado
E a não ser de meu pai, nunca corri de barbado

(-Não sou de muita confiança, nem como nada enrolado
Eu preciso dizer isso, porque ando ameaçado
Eu sou redondo e não perco pra qualquer tipo quadrado
É na hora do perigo, que eu rolo pra qualquer lado)

Vou dar o meu endereço, onde o Gildo Freitas mora
No bairro da agronomia, o resto eu explico agora
Na parada vinte dois, eu atendo a qualquer hora
Sendo puro pode entrar, se não for fique lá fora
Em tambor de galo puro, mestiço não calça espora

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Lado B - 07 - Ajudando a medicina

Intérprete: Gildo de Freitas

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Eu sofri muito por causa do cigarro
Eu sofri mesmo dum modo esquisito
A nicotina me engrossou o sangue
Me abafou o peito e me deixou aflito
E que eu ia passar essa prova
A medicina já tinha me dito
Que se eu quisesse durar mais um pouco
Que eu não fosse louco e largasse do pito

Se divulgarem em todos os programas
Está mensagem que o meu verso trás
É muito bom que alerta o povo
Do mal tremendo que o cigarro faz
A sua tosse vai se terminar
E o seu bronco funcionar em paz
E se achar o meu verso bonito
Tome o conselho e abandone o pito
Sossegue o pito e não pite mais

Faz pouco tempo que eu descobri
O mal tremendo que o cigarro faz
E o Brasil precisa de homens fortes
E não de um moço julgado incapaz
E todo velho que não foi fumante
Ele faz tudo o que um moço faz
Eu dormi muito e acordei agora
Joguei com raiva o meu pito fora
Sosseguei o pito e não pito mais

Você ai que está sofrendo
Desta maneira triste como estais
Com este forte aborrecimento
E ainda dando suspiros e ais
Impressionado com o teu cansaço
Viveres muito eu sei que não vais
Porque não tomas um chá de capricho
Porque não joga o cigarro no lixo
Não sossega o pito e não pita mais

Eu venho sim aconselhando o povo
De toda desgraça que o cigarro traz
Quanto mais você emagrece
Mais enriquece as casas funerais
Pelo cigarro que vai se queimando
Tantos penando nos hospitais
E é por isso que eu acho importante
É nois unir e não ser mais fumante
E num grito só não pitamos mais

Vamô parar de pitar moçada e encerra!

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Lado B - 08 - Retorno do Papai

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Meu filho venho voltando pra casa donde saí
Por não poder viver mais com a mulher que adquiri
E pra nóis não viver brigando a sair me resorvi
Mas não deixei vocês mal a fortuna eu reparti
Só a parte que eu levei por este mundo eu perdi
Foi seis anos sem prazeres no mundo aonde eu vivi
Eu vou contar-te o que fiz, joguei, briguei, bebi
Tudo o que era vício ruim neste mundo eu aprendi
Menos a esquecer de um filho que eu deixei por aqui
Mas preciso subir de novo todos degraus que desci
E o pão precisa fermento, meu filho neste momento
Eu vou precisar de ti


- Por favor, não digas isto, meu pai não se clames mais
Basta o sofrer de seis anos entre suspiros e ais
É a nossa obrigação de fazer por quem nos faz
Os pais fazem pelos filhos e os filhos pelos pais

- Obrigado querido filho e filho da minha esposa
Estou gostando da conversa me diga mais qualquer cousa

- És um pai que sofre muito eu também sou sofredor
E a minha mãe também vive curtida de dor
Porque nunca mais secou a cicatriz desse amor
Pra doença di mamãe o remédio é o senhor

- Mas eu pensei que eu pra ela eu fosse um homem ruim
Eu nunca esperava ouvir palavras tão doces assim
Se eu for remédio pra ela a doença vai ter fim
E vão reviver as três flores que murcharam no jardim

- Papai lá vem vindo ela chega do serviço agora
Trabalha na sua firma não é emprego por fora
Quando ela li chergar eu lhe garanto que ela chora
E o senhor abraça e beija minha mãe, sua senhora

- Perdão meu querido filho, sei que queres me ver feliz
Mas eu jamais beijarei sem ouvir primeiro o que ela diz

- Oh meu Deus, será que estou sonhando ou fora de meu sentido
Ou são meus olhos que enxergam outro homem parecido

- Não senhora, sou eu mesmo ainda não sou falecido
E de sofrer vivo cansado vamos esquecer o passado
Pra nóis três ficar unido

- Eram três caminhos escuro que hoje tem claridade
Um pai, um filho e uma mãe sofreram barbaridade
O próprio tempo dá tempo se chega o pé da verdade
Com o retorno do papai vamos ter felicidade

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Lado B - 09 - Mulher Aventureira

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Vai embora mulher aventureira
Não procures a trancares meu caminho
Eu sou casado vivo bem com a minha esposa
Eu tenho lar, tenho amor, tenho carinho...

Você não deve andar seguindo meus passos
Porque não vais conseguires o que queres
Eu já jurei não magoar a quem me ama
E nem deixá-la sofrer por outras mulheres...

Estais tentando conquistar meu coração
Porque contigo algo triste aconteceu
Por má cabeça destruístes o teu lar
Agora tentas a destruíres o meu...

Você devia procurar um outro alguém
Que tenha a mesma sina triste como a tua
Sem ter um lar, sem amor e sem ninguém
E que procure outra mulher pela rua...

Pode dar certo ajuntar dois sofredores
Que tenham a sina de acordo para sofrerem
E confessar-se um para o outro entre carinhos
E começarem novamente a reviverem...

Este pedido que eu te faço é sem orgulho
Não é por raiva, nem tão pouco por rancor
É só apenas te pedindo que compreendas
Que é impossível conquistares o meu amor...

Guardo muito segredo menina...

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Lado B - 10 - Resposta Do Relho Trançado

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Olha gaúcho esse relho trançado
Que você pôs numa gravação
Todo mundo pensa que é pra mim
Você na carta me disse que não
Se eu fosse tu eu dizia o nome
Abertamente quem é esse homem
Tirava o povo desta confusão

Se é de fato imaginação
Estás provando que não és indecente
Todo o poeta na inspiração
Expande e rima o que a alma sente
Estás trovando as tuas qualidades
E demonstrando que tu tem vontade
De agarrar fama de home valente

Nosso programa tem muito valor
O povo escuta todos os dias
Nós já nascemos com esta missão
De transmitir pro povo alegria
E o bom artista não tem inimigo
E esse povo todo é nosso amigo
É muito feio arrotar valentia

Não faz fiasco vivente

Tu deves dar é graças a Deus
Por ter nascido com esse dom da rima
Não é com relho, não é com facão
Que esse povo te adora e te estima
Eles te querem por seres tão bom
Com sacrifício plantaste esta flor
Estás querendo pisotear por cima

Você agarra este relho trançado
E dê pra outro que se garante
E reconheça que tu foi errado
E que na letra foste ignorante
Acho melhor aceitar o meu conselho
Porque um artista de facão e relho
É mau conselho para o estudante

Desta resposta segue meu conselho
De um índio grosso criado em campanha
Um homem nunca se ameaça à relho
Quem ameaça quase nunca ganha
O inimigo que é ameaçado
Ele espera o outro preparado
Quem vai surrar quase sempre apanha

Não alerta o leão que está dormindo, vivente

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