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Rodeio Gildo de Freitas - Mensagem Final - 2001

Gravadora: Usa Discos - CD 459629


Músicas

Lado A - 01 - Rancho De Capim Barreado

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Eu tenho um rancho de capim barreado
Que não é grande, mas não é pequeno
Mas, dentro dele, eu vivo entusiasmado
Porque agasalha um gaúcho bueno

Até a minha guaiaca de couro
Que está meio roída por fora
Já guardou muitas moedas de ouro
Está guardando os cruzeiros de agora

Tenho um cavalo na estrebaria
E duas vaca' Jersey na cocheira
É o meu primeiro serviço do dia
Puxar no teto da vaca tambeira

Ate a água lá do meu açude
Ela espelha o corpo da gente
Quando é verão, a água é fresquinha
Quando é inverno, ela fica mais quente

Meus dois cachorro' são meus dois amigo'
Faz' o serviço do homem campeiro
E se eu, na lida, entrar em perigo
Tenho confiança no' meus companheiro'

Eu tenho tudo e não me falta nada
Pra meu consolo, eu tenho a minha prenda
Esta é a minha esposa sagrada
Que admira a minha fazenda

Eu, felizmente, me casei com ela
Porque admira minha vida rude
Só toma água da minha vertente
Só banha o corpo lá no meu açude

Naquele rancho de capim barreado
Vivemos nós, ali, de lado a lado
Porque agasalha um gaúcho bueno
E nós vivemos entusiasmado'

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Lado A - 02 - Aventura De Um Gaúcho

Intérprete: João Carlos

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Leia a Letra

Foi em novembro de sessenta e sete
Do Meu Rio Grande fiz a despedida
Deixei meu Pai deixei meus irmãos
Também deixei minha mãe querida
No dia nove de manhã bem cedo
Às cinco horas foi minha partida
Santo de casa não faz milagre
Eu precisava melhorar de vida

Quem não arrisca não petisca moçada!

Meu Pai amigo ao me dizer adeus
Ele fingia que estava contente
Porém seus olhos me diziam tudo
Que dor cruel para o coração da gente
Minha mãezinha disse adeus sorrindo
Notei seu rosto ficar transparente
Como quem diz meu querido filho
Por quanto tempo ficaras ausente

É brabo meus amigos a retirada de perto da mãe.

Dei rédea ao pingo e acenei com a mão
Fiz a partida de um aventureiro
Peguei a china carreguei comigo
Com piazito filho e companheiro
E levei junto a minha sanfona
Porque tocando se ganha dinheiro
Às nove horas do dia dez
Dei com costado no rio de Janeiro

Que maravilha!

Cheguei no Rio sem conhecer ninguém
Bombacha bota e pala atirado
Os cariocas que são bons amigos
Me dedicaram um abraço apertado
Me perguntaram qual era o meu pago
arespondi entusiasmado
Sou do Rio Grande puxei da sanfona
E dançava gente por todos os lados

Etâ indiada que boleavam os quarto bonito!

Eu hoje vivo aqui bem distante
Só não esqueço o meu velho Rincão
Rio de Janeiro tem tudo que é belo
É grande alvo de admiração
Maravilhosas praias de banho
Não faz inverno tudo é verão
Eu sou gaúcho de nascimento
Sou carioca de coração
Eu sou gaúcho de nascimento
Sou carioca de coração

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Lado A - 03 - Cantando Pra Lua

Intérprete: Gildo de Freitas e João Carlos

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Leia a Letra

Ai vai surgindo a Lua cheia como é linda
Com os seus raios luminosos cor de prata
Eu me recordo quando a Lua vem surgindo
Das noites lindas que eu fazia serenata

Oh Lua cheia o teu luar não envelhece
Tu reconheces que pra ti eu já cantei tanto
Porque deixaste eu ficar assim velhinho
Eu hoje agarro no meu pinho quero cantar e não canto

Quando eu enxergo o clarão da Lua cheia
Me dá vontade de andar pelas estradas
Ansiosamente meu coração balanceia
Oh Lua cheia cadê minhas namoradas

Eu hoje em dia não canto mais serenata
Porque a velhice matou minha mocidade
Eu vejo a Lua luminosa cor de prata
E pouco a pouco vou morrendo de saudade

(-É brabo, mas a saudade malvada mata a gente!)

Quando eu morrer peço aos meus companheiros
Me largue no terreiro e alguém cantando na rua
No meu caixão me ponham um violão junto
Pode ser que o meu defunto ainda cante para a Lua

Na minha campa dia santo e de finado
Quero cantiga quero sorrisos e palmas
Um capelão que reze um terço cantado
Será só isso que alegra a minha alma
Um capelão que reze um terço cantado
Será só isso que alegra a minha alma

(-Vamo fecha as porteira rapaziada)

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Lado A - 04 - Saudade Do Pago

Intérprete: Gildo de Freitas e João Carlos

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Leia a Letra

Eu quando vim lá da minha terra
Eu deixei por lá muita recordação
O meu cavalo, por nome Esperança
Que era toda minha estimação
Deixei também um apero completo
Que dava inveja no próprio patrão
Um par de rédeas de couro de pardo
Mala de ponche e dois pelegão

Deixei até uma lavoura plantada
Já tinha dado a primeira capina
Eu deixei tudo, e não quis mais nada
Porque criei raiva de uma china
Eu deixei tudo, mas porém não ligo
Sei que não volto mais pro meu rincão
Tando distante não tem perigo
Que a china abrande o meu coração

Eu trouxe um laço de couro de pardo
Foi que restou da minha profissão
Num entrevero de china bonita
Eu quero dar uma demonstração
Eu qualquer dia eu tomo umas canha
Garro meu laço e caio na farra
Marco a china que tenha picanha
E dou-lhe um pealo velho de cucharra

Eu sou gaúcho, que acompanhei
Todas as voltas que o mundo requer
Meus interesses eu abandonei
E deixei meus pago por causa e mulher
Eu quero dar mai um tiros de laço
Pra ver as volta que meu laço faz
Depois então, eu descanso meu braço
E me assossego, e não pealo mais

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Lado A - 05 - Homenagem Ao Rei Da Trova

Intérprete: João Carlos

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Leia a Letra

E em volta disso aí
Eu agradeço a vocês que nos prestigiaram
E vamos oferecer com todos vocês
Ofereço esta música que é mais ou menos assim


Pra saudar Gildo de Freitas
O mundo inteiro me escuta
É o melhor repentista
Com certeza absoluta
Nos lugares onde passou
Teve respeito e conduta
Bendita seja sua mãe
Dar luz a essa ideia enxuta
Do perigo não me salve
Comparo igual a uma árvore
Que todo tempo dá fruta

Gildo de Freitas é bananeira
Que vai morrer dando cacho
É fogo de lenha grossa
Faz ferver o angu no tacho
A sua memória é um tampo
Pra mamadeira de guacho
Humilde de sangue nos olhos
E já deu prova de macho
Ninguém me venceu na rima
Deus é quem manda lá em cima
E na trova é o Freitas aqui em baixo

Só a pessoa ignorante
Ao Gildo não dá valor
Já está sentado no trono
Comandando os trovadores
Com sua idade avançada
Sessenta anos de flor
Dêem a mão a palmatória
Peçam receita ao doutor
Campeão nas cantorias
Formado em academia
Do sofrimento e rigor

Sua ideia é uma vertente
De igual whiskyada não seca
O mundo foi sua escola
Cresceu levado da breca
Dos oito criou cinco filhos
O Jorge, o Paulo e o Zéca,
o Ginéco que é o casula,
A Neusa, sua boneca
Eu respeito a tua patroa
Trovando ganhou a coroa
Com a força das tuas munhecas

Meu abraço ao Gildo de Freitas
Sua esposa dona Carminha
E a todos os seus fãs
Por este Brasil afora

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Lado A - 06 - Três Amigos E Uma Saudade

Intérprete: Gildo de Freitas, João Carlos e Assis Botelho

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O meu amigo Radir e esse versinho é pra ti
Eu cantando pra um amigo não sei se lembra de mim
E ontem eu te vi no baile uma satisfação pra mim
E hoje provou amizade e por isso que está aqui
E agora me dão licença desse meu verso repente
Vou fazer um versinho pra provar que estou contente
Aqui pra essa casa santa no meio de tanta gente
E para encher de esperança ali para a vizinhança
Daquela porta da frente

Daquela porta da frente Gildo Freitas tá enxergando
Enxergaste gente fina o teu coração tá mandando
O Gildo enxerga bastante vocês podem acreditar
Enxerga até os meus dedos quando eu pego a bordonear

Quando pega a bordonear e já não deixo pra trás
Ó padrinho eu te pergunto e ainda gosto muito mais
E agora fala aqui mesmo eu não rasgo meu cartaz
Como é que passa de saude e o senhor como é que estais

Igualzinho este teu verso é muito bem conceituado
Eu te digo meu amigo eu tô bem muito obrigado
Porque eu tenho a minha fé viagens que tem mandado
Toda viagem que eu faço no Brasil no meu Estado
Faço descansadamente sempre com Deus ao meu lado

Sempre com Deus a seu lado e veja só como é que é
Nós fizemos o nosso show que aí está e eu sempre dou pé
Eu cantando esse meu verso tão logo fica de a pé
O seu pé estão curado e eu canto aqui com fé
O senhor já descansou está melhor está de pé

Meu amigo Assis Botelho que não perde as esperança
Eu já cantei para vocês e cantei para a vizinhança
E o Darci e a Evinha que esse meu versinho alcança
Vamos deixar esta fita para guardar a minha lembrança

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Lado A - 07 - Mensagem Final

Intérprete: Gildo de Freitas

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Vamo canta pra essa gente
Porque esse é o meu destino
Eu quero pedir apoio
Jesus cordeiro divino
Deixe eu cantar pra essa gente
Que eu quero ver se eu assino

Deus do céu vai me ajuda
Porque é muito onipotente
Ele é quem governa todos
É um índio competente
Por isso vai me dar força
Pra mim cantar pra essa gente

Eu vou cantar pra essa gente
Nem que eu cante chorando
Pois foi assim que eu nasci
E assim vou morre cantando
Pra esse povo que merece
Eu nesse mundo que ando
Nasci pra canta pro povo
e não morro me entregando

Ai! Ó veja só meu Jesus
essa rica salva de palma
que sirva para o senhor
para a salvação das alma
pra ver se o meu coração
bate mais certo e se acalma

Ai! Os versos são meu remédio
É de raça comovida
Bate bate coração
Porém não erre a batida
Nem pare a circulação
Pra essa plateia querida

Pra essa plateia querida
A minha ideia procura
Veja bem meu pensamento
Tais indo lá nas altura
Lá na melhor medicina
Que essa não mata e só cura

E essa cadeira tão linda
Eu digo com sinceridade
Esta aqui apoia um corpo
De oitenta e três de idade
Porém ainda se lembra
Das flores da mocidade

Das flores da mocidade
Este gaúcho às vezes chora
É por lembrar de uma mãe
Que depois de morta me adora
Era o tipo esta velhinha
Bem igualzinha a senhora

Ai! Bem igualzinha a senhora
Com tanto desembaraço
Meu rico povo querido
Nestes versinho que eu faço
É pra entregar pra vocês
Pra vocês um fiel abraço
Vamos deixa o coração
Bater certo no compasso

Ai! É verdade essa plateia
Isso pra mim não convém
Porque eu não vim cá nessa terra
Pra da pesar há ninguém
Eu queria cantar sorrindo
E ver vocês sorrir também

Por enquanto ai eu não paro
Eu vou dar duro com razão
Vou da força no meu sangue
Pra firmar o coração
Que é pra não causa tristeza
Onde é preciso a diversão

Onde é preciso diversão
Eu não sou mais do que ninguém
Por isso é que eu tive força
Muito além do além
Que é pra canta pro meu povo
Que eu sou do povo também

Vou encerrar os meus versos
Cumprindo a missão sagrada
Entregando um coração
Pra essa plateia adorada
Pra essa terra querida
Nossa terra colorada
Nossa terra presidencial
Onde vive a gauchada
Aonde eu deixo um abraço
Pra toda essa criançada

Abraço honrado e gaúcho
Pra toda essa criançada
E um outro abraço também
Pras solteiras e as casadas
Eu não deixo pra trás
Um abraço pra velharada
E o outro abraço também
Merece pra rapaziada
Esses que as vezes se encapotam
Do lado da namorada

Moçada eu estou satisfeito
Aqui no vosso terreno
Que eu venho trazer harmonia
Do maior ao mais pequeno
Sem diferença de cor
Do mais claro mais moreno
Pode crer minha gente boa
Não é mais e nem é menos

Ai! Não é mais e não é menos
Devo aqui os trovadores
Que ajudo a conserva
Os lindos jardins de flores
Eu vou parar não roubo espaço
Porque tem outros valores
Que são assim que nem eu
Que nasceram pra ser cantores

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Lado A - 08 - Cantando Em Tua Memória

Intérprete: Neuza de Freitas

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Alô, meu pai, Gildo de Freitas, esta é tua filha
Neuza de Freitas cantando em tua memória
Dia quatro de dezembro o nosso povo chorou
Como sinal lá no céu, esta data assinalou
O Rio Grande perdeu o maior dos trovadores
O meu pai Gildo de Freitas, que agora nessa feita
canta pra nosso Senhor
E agora nessa feita canta pra nosso Senhor

Não quero que você chore ao meu ouvir eu cantando
Eu prometi a meu pai quando nós tava falando
eu seguiria o caminho que ele vinha trilhando
Dando banho em minha alma, tocando, gaita e cantando
Dando banho em minha alma, tocando, gaita e cantando
Dando banho em minha alma, tocando, gaita e cantando

Me chamo Neuza de Freitas, filha deste repentista
Ele foi um bom amigo, um bom pai, um bom artista
Cantando te homenageio, dançando a minha memória
Conquistou muitas plateias, com vinte anos de glória
Conquistou muitas plateias, com vinte anos de glória

Tem mais um piá no rancho lá na estância do senhor
Repentista Gildo Freita, o maior dos trovador
Os artistas que estão lá, te recebem com sorriso
Vai entrando Gildo Freita e faça os versos de improviso
Vai entrando Gildo Freita e faça os versos de improviso

Com certeza foi assim a tua chegada no céu
Não graças corredeira, foi meio curto o souvéu
O destino te pialou e eu já estava prevenida
Canto em tua memória, para não ser esquecida
É tua filha quem canta eu sou a Neuza Aparecida
É tua filha quem canta eu sou a Neuza Aparecida

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Lado B - 01 - Eu Reconheço Que Sou Um Grosso

Intérprete: Garotos de Ouro

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Me chamam de grosso, eu não tiro a razão
Eu reconheço a minha grossura
Mas sei tratar a qualquer cidadão
Até representa que eu tenho cultura
Eu aprendi na escola do mundo
Não foi falquejado em bancos colegiais
Eu não tive tempo de ser vagabundo
Porque bom gaúcho vergonha não faz

Eu trabalhava, ajudava os meus pais
Eu sempre levei a vida de peão
Porque no tempo que eu era um rapaz
Qualquer um serviço era uma diversão
Eu lidava no campo cantando pros bichos
Porque pra cantar eu trouxe vocação
Por isso até hoje eu tenho por capricho
De conservar a minha tradição.

Eu aprendi a dançar aos domingos
Sentindo o cheiro do pó do galpão
Eu pedia licença apeava do pingo
E dizia adeus assim de mão em mão
E quem conhece o sistema antigo
Reclame por carta se eu estou mentindo
São documentos que eu trago comigo
Porque o respeito eu acho muito lindo

Minha sociedade é o meu CTG
Porque nela enxergo toda a antiguidade
E não se confunda eu explico por que
Os trajes das moças não são à vontade
E se, por acaso, um perverso sujeito
Querer fazer uso e abusos de agora
Já entra o machismo impondo respeito
E arranca o perverso em seguida pra fora

Ô mocidade associem com a gente
Vão no CTG e leve os documento
Vão ver de perto que danças decente
E que sociedade de bons casamentos
Vão ver o respeito, vão ver a alegria
Vão ver o capricho desta sociedade
E ver o encanto das belas gurias
Que possam lhe dar uma felicidade

O meu pensamento agora vai longe
Cruzar a fronteira os Estados Unidos
Que com certeza esta hora também
Arguém me escuta por ter bons ouvidos
E ao presidente de lá desta terra
Que é deste povo bastante querido
Este gaúcho aqui não tem falha
Porém eu quero agradecer as medalha
Que nesse verso ficar agradecido

A ti ô doutor Antônio gaúcho
Que Deus nos conserve a nossa amizade
Tu tens razão e merece essa ideia
Que Deus te deu tanta mentalidade
Por ser um gaúcho, um advogado
Que bota e que tira o vivente da grade
Eu neste versinho eu quero te dizer
Eu peço pra Deus pra Ele atender
Que dê pro senhor felicidade

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Lado B - 02 - Sem Você Não Sou Feliz

Intérprete: João de Almeida Neto

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Morena vamos embora morar lá no meu rincão
Começando desde agora, te darei meu coração
Lá dentro do meu ranchinho feliz havemos de ser
Deus do céu abre os caminhos, serás minha até morrer
Eu preciso de você pra enfeitar meu ranchinho
E preciso merecer um pouco dos teus carinhos
Eu ao lado de você fica tudo mais azul
Embarca morena, embarca e vamos embora pro sul.

A terra é boa,. o gaúcho é bom, o céu é azul
Embarca morena, embarca vamos embora pro sul.

Vai lá conhecer meu pago, o rancho bem macanudo
Ali pra nossa vivenda no rancho tenho de tudo
Vertente de água boa tem no terreiro da casa
Fogão de lenha comprida que amanhece com brasa.
Porcada, chiqueiro alto pra conservar com limpeza
Setenta quadras de campo, pastagem por natureza
Muitas criações de gado, nunca conheci pobreza
Mas toda minha fortuna não paga tua beleza.

Tenho carro de passeio, um bom cavalo de encilha
Pra você já amansei uma potranca tordilha
Pra mim só falta você entre tantas maravilhas
Sou ricaço solitário, sou tristonho sem família.
Se tu gostares de mim conforme de ti gostei
Tu me respondas que sim pra casar perante a lei
Já te contei as riquezas que trabalhando eu já fiz
Mas sem a tua beleza não poderei ser feliz

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Lado B - 03 - Carreirada

Intérprete: Neuza de Freitas

Neuza Freita eu te proponho aproveitando a ocasião
A chegar na tua fazenda, nas plaga de Viamão
Conheci tua petiça que me chamou a atenção
Pra dar uma carreirada tua petiça lamba
Não é de froxá o garrão

Não é de froxá o garrão eu topo qualquer parada
Luiz Munhoz isso dá dinheiro, minha pitiça é afamada
Ganho do Mariano Ganso, até da venta rasgada
Ela tem desembaraço, matou todos no cansaço, na saída e na chegada

Na saída e na chegada não quero que faça feio
Hoje aqui traz o gaviã, engasgado pelo freio
Em dia de carreirada de churrasco e de rodeio
Outro igual ainda não vi já correu com Mitaí
E eu saí de bolso cheio

Saiu com os bolso cheio, não vou fazer injustiça
Pode até fazer promessa na igreja reza missa
A comissão julgadora não quiser fazer linguiça
A função é o desempenho, esta fazenda que eu tenho
É das pata da minha pitiça

Nas pata da tua pitiça compraste a tua fazenda
E nas pata do Gavião aumentei a minha renda
Conquistei todo o Rio Grande, e o coração da minha prenda
Se ela ganhar do gavião, em toda a nossa nação
Tua pitiça vira lenda

Minha pitiça vira lenda já fiquei entusiasmada
Vou atar esta carreira a data fica marcada
Vai ser na minha fazenda com churrasco e gineteada
Seja perto ou distante jogo dinheiro bastante
Não tenho medo de nada.

Não tenho medo de nada eu também sou carrerista
No dia da carreirada vai ter um desfile de artista
Trovadores do Rio Grande cantadores repentista
Pra acompanhar os convidados grande Vanderlei Machado
Nosso amigo acordeonista

Por falar em acordeonista um grande abraço
ao meu amigo Carlinhos Missioneiro


Nosso amigo acordeonista vai estar do nosso lado
Trova a gaita e cantoria deixa o povo entusiasmado
A trova pra o Gildo Freita foi um palanque cravado
Sigo a sua mesma trilha um beijo da sua filha
Adeus e muito obrigado

Um abraço aos Flores da Boa Vista e todos os carreristas

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Lado B - 04 - Saudade Da Minha Terra

Intérprete: Wilson Paim

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Quero ir na minha terra
Quero matar a saudade
Quero ver o que eu não vejo
Aqui dentro da cidade
Quero demorar bastante
Ficar lá o mês inteiro
Quero fazer toda lida
Que eu fazia de primeiro
Quero domar potro xucro
Que há muito tempo eu não domo
Tomar um mate a meu gosto
Que há muito tempo eu não tomo
Tomar um mate a meu gosto
Que há muito tempo eu não tomo

Comer as frutas silvestres
Da mata da minha estância
Plantadas por mão do mestre
Que comi na minha infância
Eu quero fazer de tudo se der certo
O que eu desejo
Eu quero encerrar as vacas tirar leite
Fazer queijo
Fazer um laço de doze se esparramar no espaço
E cerrar nas guampas do bicho
Pra mostrar que braço é braço


Quero camperear bastante
No lombo de bons cavalos
Carpir bastante de enxada
Para as mãos criarem calos
Arrastar pipa de água
Na chincha do meu petiço
Para lembrar minha infância
E o meu primeiro serviço
Quero arranjar um gaiteiro
E fazer um baile animado
E provar que eu sou herdeiro
Da herança do passado
Pra provar que eu sou herdeiro
Da herança do passado

Lavrar terra sem trator
Pegar no rabo do arado
Pra bem da musculatura
Cortar lenha de machado
E levar um retratista
Pra bater fotografia
E provar pra meus amigos
De tudo que eu lá fazia
Vou fazer acreditar
Quem nunca me acreditou
E outros ficarão sabendo
Quem eu era e quem eu sou
E outros ficarão sabendo
Quem eu era e quem eu sou

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Lado B - 05 - Homenagem A Gildo de Freitas

Intérprete: Portela Delavi e Moraezinho

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Senhoras e senhores uma homenagem aquele que foi o rei da trova
Gildo de Freitas trago dois consagrados trovadores
Dar mais alta expressão da nossa trova gaúcha
José Portela Delavi e Moraizinho

Se é pra sair primeiro eu pra cantar não me privo
Relembrar Gildo de Freitas pra nós é grande incentivo
Ouço o rei dos trovadores do nosso verso nativo
O povo não tem esqueceu para nós tu não morreu
ainda contínuas vivo

Ainda continua vivo não consigo a compreender
Trovador igual ao Gildo não deveria morrer
Abria o peito e cantava pra nós só dava prazer
em qualquer parte que ande as platéias do Rio Grande
Jamais irão ter esquecer

Jamais irão ter esquecer depois que o Gildo partiu
o verso ficou mais fraco e a rima diminuiu
o coração do Rio Grande está sentindo o Brasil
reisando eu tiro o chapéu deus abençou e no céu
o campeão do desafio

O campeão do desafio que hoje está em outra doutrina
Suas obras e cantigas jamais o tempo termina
Foste um grande baluarte da nossa trova sulina
Com tua cantiga santa hoje, pra os anjos tu canta
Lá na querencia divina

Lá na querencia divina tua ausência nos dá tristeza
Abro a boca pra cantar e a minha voz fica presa
É a tua força ilumine pra mim cantar com firmeza
que eu encontre rimas nova pra fazer com que a trova
não perca sua beleza

Não perca sua beleza em cada verso que faço
Parece estar te enxergando com este teu peito de aço
Numa rodada de trova com os trovadores do espaço
com teu estilo perfeito, com a gaita branca no peito
E um pala atado no braço

E um pala atado no braço assim você me aparece
Eu fico cantando verso rimando em forma de prece
este povo do Rio Grande, bate e palma e me agradece
transmitindo esta mensagem pra render nosso homenagem
É um trovador que merece

É um trovador que merece sem medir crença nem cores
Tu deixaste aqui na terra milhões de admiradores
Que rezam pra que tu ande só em caminho de flores
Pelos anjos seja visto sentado lado de Cristo
Porta voz dos trovadores

O porta voz dos trovadores Com Deus e Virgem Maria
Pelo nome de quem canta notamos todos os dias
Com nossos verso de trovas que traz pra o povo alegria
Enquanto a gente viver vamos tentando fazer
Aqui no que tu fazias

Aqui no que tu fazias hoje fizemos por ti
Já que o nosso tempo é curto, vamos parar por aqui
Tentando dizer em versos um pouco do que eu senti
Numa expressão de carinho do trovador Moraisinho
E o Portela Delavi

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Lado B - 06 - Baile Dos Cabeludos

Intérprete: O Cancioneiro

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Leia a Letra

Um dia nesse passado se resolvemo a sai,
Eu o cumpadri Teixeira e o Portela e o Delavi
Fomo aprciar um baile que esistia por ali
Um baile dos cabeludo voces vão morre de ri

Quando cheguemo no baile foi aquele alvorosso
Os cabeludo dizendo tão de lenço no pescoço
Chego o chefe da sala e disse olha seu moço
Arretire seus amigo por que aqui não dança grosso
Que desaforo!

Foi ele me dize isso foi aquela fumaceira
Dei lhe dois tiro pra cima e o coitado do teixeira
Tinha ido sem revolve deu de mao numa cadeira
Cada burduada que dava levantava as cabeleira
Vai dando na cabeça!

E os cabeludo coriam igual oveia em rebanho
E o pobre do delavi levou um susto tamanho
Se embreto cos cabeludo dentro dum quarto de banho
Naquilo eu ouvi um grito e notei que não era estranho

Trancaro a porta por fora e tavam la naquele enredo
Eu atirei na fechadura pra descobri o segredo
Delavi passo correndo e se foi aos auvoredo
E eu ouvi aquela voz pedro para, para pedro

E o meu cumpadi Teixeira quando termino a rinha
Se agarro num cabeludo dizendo assim essa é minha
Que menina parecida com a Meri Terezinha
Fui obrigado a grita-larga o home Teixerinha
Larga que isso é home tche!

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Lado B - 07 - História Dos Passarinhos

Intérprete: Neuza de Freitas

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Eu destinei um passeio
Domingo muito cedinho
Peguei o meu violão
E fui pro mato sozinho
Descobri uma figueira
Com os galhos cheios de ninhos
E passei a manhã inteira
Em baixo dessa figueira apreciando os passarinhos

Como eu tava achando lindo
O viver dos passarinhos
Se via perfeitamente
Vir com a fruta no biquinho
Se via quando eles davam no bico do filhotinho
E eu ali estava entertido
Com o viver tão divertido da vida desses bichinhos

Depois veio o negro velho e também trazia um negrinho
E este tinha uma gaiola e dentro dela um bichinho
Perguntei que bicho é este
Diz ele esse é um canarinho
Com este bicho que está aqui
Nas florestas por aí eu caço qualquer passarinho

Cantava que redobrava
Aquele pobre bichinho
Parece até que dizia: É triste eu viver sozinho...
Só porque eu fui procurar comida pros filhotinhos...
E fui tirar desse alçapão...
Hoje eu estou nessa prisão e nunca mais fui no meu ninho

Aí eu fui recordando o que já me aconteceu
A muitos anos atrás que a polícia me prendeu
O juíz me condeno e depois de mim se esqueceu
E eu pelo rádio escutava quando os colegas cantava e aquilo me comoveu
Então eu fui perguntando quanto quer pelo bichinho
Respondeu ele eu não vendo
Eu cacei pra o meu filhinho
Porém saiu uma voz da boca do gurizinho
E a gaiola custo 10 quem me der 20 mil réis pode levar o passarinho

Comprei com gaiola e tudo para evitar discusão
E fui abrindo a portinha
E abrindo meu coração
E o bichinho foi saindo
E eu peguei meu violão
E num versinho eu fui dizendo
O que tu estava sofrendo eu já sofri na prisão
Quem vai caçar de gaiola
Pra ver os bichos na grade
Deveria ser punidos pelas mesma autoridade
Porque o coração dos bichos
Também conserva amizade
O lei tu faça o que puder
Mas os bichos também quer ter a mesma liberdade

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Lado B - 08 - Chimarreando Solita

Intérprete: Carminha Freitas

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Despacito despacito eu fui me acostumando
A matiar sempre solita no viver que estou levando
A enfrentar o silêncio de quem continua amando
Eu compus esses versinhos mas sinto uma grande dor
Porque amei a Gildo Freitas o maior dos trovador
Quando nós se conhecemos trocamos juras de amor
Ele me olhava engraçado eu também correspondia
Meu olhar apaixonado me enchia de alegria
Ah que saudades que tenho de tudo e daquele dia
Eu gauchinha faceira ele gaucho campeiro
Até parece que vejo mostrando a doma parceira
Ginete de valor, que nunca perdeu pra parceiro
Corria a espora no pingo Carminha que te ofereço
Para ver se te conquisto não sei se eu te mereço
Se tu gostares de mim com carinho te agradeço
Eu tinha dezesseis anos ele vinte e três de idade
Um amor muito profundo tudo tudo sem maldade
Foram duas paixões que nos deu felicidade
O amor não conta tempo ele cantava para mim
Eu sorria para ele tudo na vida tem fim
Hoje só escuto os discos minha saudade sem fim
Até parece mentira fico Tristonha pensando:
Por que me abandonou?
Minha alma ficou chorando, não acredito na morte
Pra mim Gildo está viajando
Chia chaleira chia recostada no fogão
Tô solita mateando amargando a solidão
Esperando que venha do céu a chamada do Patrão

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