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Lembrando Gildo de Freitas - 1984


Músicas

Lado A - 01 - Trova do Gildo

Intérprete: Gildo de Freitas

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Deus sempre foi meu amigo por ser um homem correto
Já muitos necessitado se agasalhou no meu teto
Criei os filhos cantando, hoje estou criando os neto

Hoje estás criando os netos sempre sendo um homem honrado
Eu sendo o filho caçula fui um pouco relaxado
Abandonei os estudos mas vivo no teu costado


É isto que me conforma viveres no meu costado
Porém se você seguisse já teria se formado
A um doutor engenheiro ou um bom advogado

A um bom advogado, nunca sonhei ser doutor
Meu maior sonho na vida é ser igual ao senhor
Cantar bem, escrever bem,ser bom improvisador


Pra ser bom improvisador Deus do céu te dê juízo
Que sempre saia bonito os teus versos de improviso
Caprichoso nos teus atos pra não teres prejuízo.

Ai peço a Deus que me dar juízo que nós dois lute parelho
Que o senhor se enxergue em mim eu quero ser seu espelho
Que tenha boa memória para gravar seus conselho

Procures tratar o povo sempre com a mesma igualdade
Ser humilde sem orgulho, porem com sinceridade
E não usar na campanha os costumes da cidade
Um homem que canta e toca tem muita facilidade
Principalmente agora que o mundo dá liberdade
Com o tempo teu coração desperta curiosidade
De procurar um alguém pra tua felicidade


Quando isso acontecer procure saber quem é
Ver se seus pais são honrados bondosos de boa fé
Por que a fruta meu filho não cai distante do pé
Se alguém te propor briga, aceita a briga trovando
Fica uma briga bonita e o povo apreciando
Um acusa outro defende e terminam se abraçando
Procura aceitar com força principalmente esse aviso
Não jogar, não beber por que só dá prejuízo
Estraga tua saúde e fica de bolso liso
E ainda proíbe a alma de entrar no paraíso)

Muito obrigado meu pai é pena faltar espaço
Atenderei seus conselhos tudo que mandar eu faço
Para todos que nos ouvem mandaremos o nosso abraço

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Lado A - 02 - Faça Sorrir A Criança

Intérprete: Gildo de Freitas e Leonir

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Não há coisa mais bonita
Que a gente ser de confiança...
Levando a nossa visita...
Ao asilo da criança...
Como é que o senhor...
Pode entrar no paraíso...
Se não leva ao sofredor...
Aquilo que era preciso...

Vá lá meu amigo vá...
Estou pedindo daqui...
As crianças que estão lá
Precisam muito de ti...

Faça uma caridade
Pra ver como a coisa muda...
A Legião Boa Vontade
Precisa da sua ajuda...
Dê um pouco do senhor
Porque há necessidade...
Vá ajudar com amor...
A Legião Boa Vontade...

Vá lá meu amigo vá...
Estou pedindo daqui...
As crianças que estão lá
Precisam muito de ti...

E o senhor por ser um sábio...
Cumpra seu dever sagrado...
Ponha um sorriso nos lábios
Do menino abandonado

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Lado A - 03 - Que Negrinha Boa

Intérprete: Gildo de Freitas e Ignácio da Silva

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O povo já descobriu
Que eu gosto da Gabriela
Pegaram nós se beijando
Numa festa de capela
Ela é louquinha por mim
E eu louquinho por ela
Por isso me resolvi
Juntar os trapos com ela
Tenho medo é de um artista
Que anda de olho nela

De noite quando eu me deito
Ao lado da minha bela
Eu fecho a porta com a chave
Ponho a tranca e a tramela
O gavião é perigoso
Mete o bico na janela
Tenho medo é de um artista
Que anda de olho nela

Ela deita no meu braço
eu durmo nos braços dela
Ela agarradinha em mim
E eu agarradinho nela
Bem magrinha e bem pretinha
Negra boa de costela
Tenho medo é de um artista
Que anda de olho nela

Não tem prata nem brilhante
Que pague a minha donzela
Francamente eu até tenho
Bastante ciúmes dela
Eu agora vou pra casa
Pra cuidar da Gabriela
Por que já tem outro artista
Que anda de olho nela

Eu cuido da minha negra
Dou sopinha na tigela
Dou café, almoço e janta
Mingauzinho com canela
Tiro o pó todo da casa
Lavo os pratos e a panela
Não precisa trabalhar
Eu faço tudo por ela
Vou bater no Teixeirinha
Por andar de olho nela

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Lado A - 04 - Escola Do Mundo

Intérprete: Gildo de Freitas

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Eu sou um poeta de nascimento
Que a escola não me conheceu
Eu devo sim agradecimento
Pelas lições que o mundo me deu
Eu surgi neste mundo terrestre
Porém não sei como é que surgi
Eu peguei o mundo por mestre
Com ele tudo na vida aprendi

Ai ai ai ai
Eu agradeço essa escola querida
O homem que aprende na escola do mundo
Está preparado pro resto da vida

Eu quando canto pro povo querido
Sinto na alma um prazer profundo
Naquele instante que sou aplaudido
Eu agradeço a escola do mundo
Hoje me sinto no fim da viagem
Cantando e sorrindo recebendo palma
Pedindo a Deus uma santa passagem
E a salvação para minha alma

Ai ai ai ai
Eu agradeço a essa escola querida
O homem que aprende na escola do mundo
Está preparado pro resto da vida

É bem assim meus amigos
Sagrada escola do mundo
Para esta gaita gaiteiro

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Lado A - 05 - Ignorância e Cultura

Intérprete: Gildo de Freitas

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O meu Brasil é rico de estudo,mas já foi pobre pela minha infância
Aquele tempo só apreciavam os que apelavam para a ignorância.
Eu roí junto esse mesmo osso, falo e não nego que eu sou muito franco
Até as moças escolhia o moço que brigasse a bala ou a ferro branco

Era rapaziada, e o índio tinha que abrir talho de caber quarenta rapadura dentro
pra ficar simpático pras raparigas


Ganhando a briga ficava famoso e de importância pra uma rapariga
Morria velho, solteiro e nervoso se fosse medroso pra entrar na briga.
Naquele tempo era lei do meu pago como um ordeiro eu obedecia
Não tinha instinto de matar ninguém, mas batia bem quando aparecia

Há,Há é, e se não batesse eles batiam ué

Num certo baile tocavam sanfona e eu dedilhava no meu violão
Pisquei o olho pra uma certa dona e ali no mais deu-se a confusão
O dono dela andava por ali e a muito tempo vinha desconfiado
Me gritou logo a branca vai pra ti e já me trouxe meio atropelado

Tivemo sorte que puxemo junto a nossas adaga velha da cintura,
Apartaro a briga, os nossos bons amigo, mais eu levei comigo aquela criatura


Eu até hoje para um tiro alvo eu me garanto no cabo do bérro
Jogando as vida saio são e salvo, puxo o pinguel e já sei que não erro
Porém eu peço pra Deus me ajudar pra eu não puxar nunca do gatilho
Pra não dar luto a uma mãe querida que eu tirasse a vida do seu rico filho

A valentia é um orgulho, vamo encerrá na paz de Deus, rapaziada

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Lado A - 06 - Por Ser A Vida Um Espelho

Intérprete: Gildo de Freitas

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Esse nosso mundo velho ninguém entende direito
Uns levam a vida sofrendo, uns rindo satisfeito
Uns morrendo, outros nascendo
Uns ganhando outros perdendo mundo velho sem respeito

Não adianta dar conselho
Nem sendo a vida um espelho que mostra o nosso
defeito

Que bom seria este mundo se a nossa humanidade
Visasse sempre um no outro o mesmo ser de bondade
Que quando o mal praticasse
Se arrependesse, pensasse que somos uma irmandade
Filho de um pai poderoso
Surgia um gesto amoroso e era um mundo sem maldade.
Assim se vai esse mundo uns mais fracos outros mais
fortes
Quando um pensa pro sul, outro pensa pro norte.
E por isso o mundo é falho
Uns se dedicam ao trabalho e outros mais ao esporte
E assim segue os barulho
Entre mentiras, orgulhos só se arrependem com a morte.

É um mundo enganador com escassez de verdade
Ao conversar com o vivente se encontra tanta bondade.

porém da boca pra fora
porém da onde a consciência mora, é uma lama de
maldade.
E quem sente esses carinhos
Não nota o que são espinhos furando a dignidade

Se fores fazer o mal como muita gente faz
Tu pensas contigo mesmo será que eu era capaz
De eu mesmo receber o que eu queria fazer

Do que a má idéia traz garanto que não querias
E nem tão pouco farias maldade em lugar da paz.

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Lado B - 01 - É Assim Que Eu Sou

Intérprete: Gildo de Freitas e Dimas Costa

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Sou composto de dois lados, um é bom o outro é ruim
Não é defeito do corpo, eu gosto de ser assim
O que presta e o que não presta, terão sempre o mesmo fim
Sou ruim porque não deixo, pisarem em cima de mim

Me sinto bem como sou, a minha mania é está
Sou servidor dos amigos, sei alegrar qualquer festa
Pra defender um pequeno, eu quebro o chapéu na testa
Só uso o lado ruim, quando o caboclo não presta


Não vou atrás de fuxico, nem gosto de lero-lero
As pessoas que se humilham, são as que eu mais considero
Pra quem faz e acontece, eu lhe chamo cá te espero
Ganho bem e me governo, faço da vida o que eu quero

Não tenho medo da morte, se um dia ela vier
A natureza me trouxe, me leve quando quiser
Jamais eu dobro a espinha, pras esses tipo qualquer
Só me entrego pra carinho, quando gosto da mulher


Assim mesmo nem por elas, eu nunca fui governado
Gosto delas porque sei, cumprir meu dever sagrado
Respeito a china que eu gosto, pra também ser respeitado
E a não ser de meu pai, nunca corri de barbado

Não sou de muita confiança, nem como nada enrolado
Eu preciso dizer isso, porque ando ameaçado
Eu sou redondo e não perco pra qualquer tipo quadrado
É na hora do perigo, que eu rolo pra qualquer lado


Vou dar o meu endereço, onde o Gildo Freitas mora
No bairro da agronomia, o resto eu explico agora
Na parada vinte dois, eu atendo a qualquer hora
Sendo puro pode entrar, se não for fique lá fora
Em tambor de galo puro, mestiço não calça espora

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Lado B - 02 - Sem Você Não Sou Feliz

Intérprete: Gildo de Freitas

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Morena vamos embora morar lá no meu rincão
Começando desde agora, te darei meu coração
Lá dentro do meu ranchinho feliz havemos de ser
Deus do céu abre os caminhos, serás minha até morrer
Eu preciso de você pra enfeitar meu ranchinho
E preciso merecer um pouco dos teus carinhos
Eu ao lado de você fica tudo mais azul
Embarca morena, embarca e vamos embora pro sul

A terra é boa,. o gaúcho é bom, o céu é azul
Embarca morena, embarca vamos embora pro sul

Vai lá conhecer meu pago, o rancho bem macanudo
Ali pra nossa vivenda no rancho tenho de tudo
Vertente de água boa tem no terreiro da casa
Fogão de lenha comprida que amanhece com brasa

Porcada, chiqueiro alto pra conservar com limpeza
Setenta quadras de campo, pastagem por natureza
Muitas criações de gado, nunca conheci pobreza
Mas toda minha fortuna não paga tua beleza.

Tenho carro de passeio, um bom cavalo de encilha
Pra você já amansei uma potranca tordilha
Pra mim só falta você entre tantas maravilhas
Sou ricaço solitário, sou tristonho sem família

Se tu gostares de mim conforme de ti gostei
Tu me respondas que sim pra casar perante a lei
Já te contei as riquezas que trabalhando eu já fiz
Mas sem a tua beleza não poderei ser feliz

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Lado B - 03 - Ajudando A Medicina

Intérprete: Gildo de Freitas

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Eu sofri muito por causa do cigarro
Eu sofri mesmo dum modo esquisito
A nicotina me engrossou o sangue
Me abafou o peito e me deixou aflito
E que eu ia passar essa prova
A medicina já tinha me dito
Que se eu quisesse durar mais um pouco
Que eu não fosse louco e largasse do pito

Se divulgarem em todos os programas
Está mensagem que o meu verso trás
É muito bom que alerta o povo
Do mal tremendo que o cigarro faz
A sua tosse vai se terminar
E o seu bronco funcionar em paz
E se achar o meu verso bonito
Tome o conselho e abandone o pito
Sossegue o pito e não pite mais

Faz pouco tempo que eu descobri
O mal tremendo que o cigarro faz
E o Brasil precisa de homens fortes
E não de um moço julgado incapaz
E todo velho que não foi fumante
Ele faz tudo o que um moço faz
Eu dormi muito e acordei agora
Joguei com raiva o meu pito fora
Sosseguei o pito e não pito mais

Você ai que está sofrendo
Desta maneira triste como estais
Com este forte aborrecimento
E ainda dando suspiros e ais
Impressionado com o teu cansaço
Viveres muito eu sei que não vais
Porque não tomas um chá de capricho
Porque não joga o cigarro no lixo
Não sossega o pito e não pita mais

Eu venho sim aconselhando o povo
De toda desgraça que o cigarro traz
Quanto mais você emagrece
Mais enriquece as casas funerais
Pelo cigarro que vai se queimando
Tantos penando nos hospitais
E é por isso que eu acho importante
É nois unir e não ser mais fumante
E num grito só não pitamos mais

Vamô parar de pitar moçada e encerra!

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Lado B - 04 - Cinco Comparações

Intérprete: Gildo de Freitas e Carlos A. M. Pereira

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Sou gaúcho e me comparo com uma argola de laço
Saio da mão do patrão me esparramando no espaço
Voar na guampa do bicho sem receber um chifraço
Eu tenho outros valores sou o rei dos trovadores
não é só isso que eu faço

Eu também sou que nem faca na mão do homem valente
Que para certos contrários se torna meia imprudente
Se vai trocando de mão e avançando pra frente
É a chave de respeito e abre a porta
no peito do coração do vivente

Também sou que nem revolver marca do lado direito
Que anda sempre azeitado para sinal de respeito
Arma forte e perigosa no coração do sujeito
É marca grande sem medo
que só no puxar do dedo já deixa um defunto feito

Eu também sou que nem cachorro amigo de estimação
Que o dono dorme no leito e seu amigo no chão
E nas horas de perigo está sempre em prontidão
E pouco se considera que ele avance
numa fera pra defender seu patrão

Também sou que nem a cinta que foi feita pra servir
A companheira da calça que o homem tem que vestir
Para qualquer um lugar que o homem tiver que ir
Ela aperta na barriga em qualquer susto de briga
não deixa a calça cair

Mas também sou um poeta que trouxe um dom natural
Que faz da memória um canto e faz do verso bagual
Com debelaria de touro tratado na capital
Já vivem trocando orelha pra ver se fazem parelha,
mas porém não fazem igual

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Lado B - 05 - Brincando Com A Rima

Intérprete: Gildo de Freitas

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Fui convidado pra parar Rodeio
Me levantei no outro dia cedo
Peguei o pingo botei um arreio
Porque do laço eu nunca tive medo
Porque do laço eu nunca tive medo
Peguei o pingo botei um arreio
Me levantei no outro dia cedo
Fui convidado pra parar Rodeio

Um Gaúcho Bueno não têm medo nem da aspa do touro seu!

Eu cheguei lá o rodeio era outro
Era pialo de laço de fita
Eu pensei que era pra laçar potro
Mas fui laçar uma china bonita
Mas fui laçar uma china bonita
Pensei que era pra laçar potro
Era pialo de laço de fita
Cheguei lá o rodeio era outro

É muito melhor!

Nesse rodeio de china faceira
Já de vereda atirei o meu laço
E lacei logo uma carboteira
E trouxe presa junto ao meu braço
E trouxe presa junto ao meu braço
E lacei logo uma carboteira
Já de vereda atirei o meu laço
Nesse rodeio de china faceira

E não afrouxo mais!

Está vivendo lá no meu ranchinho
Está mansinho aquela carboteira
Foi laçando assim devagarinho
Que eu arranjei a fiel companheira
Eu arranjei a fiel companheira
Eu fui laçando assim devagarinho
Está mansinho aquela carboteira
Está vivendo lá no meu ranchinho
Está vivendo lá no meu ranchinho
Está mansinho aquela carboteira
Foi laçando assim devagarinho
Que eu arranjei a fiel companheira
Eu arranjei a fiel companheira
Eu fui laçando assim devagarinho
Está mansinho aquela carboteira
Está vivendo lá no meu ranchinho

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Lado B - 06 - Todos Devemos Rezar

Intérprete: Gildo de Freitas

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Parece que o nosso mundo tem pouca vida por frente
Baseado na historia sagrada de antigamente
Que quando o mundo mostrasse certas coisas diferentes
Era hora de rezar para o pai onipotente
Pra evitar que o dilúvio mais uma vez se apresente

O mundo esta diferente uma cousa por demais
Crianças assaltam homens, separações de casais
Já nem os filhos conseguem entender-se com seus pais
Isso tudo são avisos que bíblia sagrada traz
Repetir-se um fim de mundo tudo pode ser capaz

Até a mãe natureza já sente enfraquecimento
Por não mais obedecerem as leis dos dez mandamentos
Por isso uma vez as águas fizeram um movimento
Só escapou uma família pelo bom comportamento
E um casal de cada bicho com o mesmo merecimento

Terminou-se o mundo assim, o dilúvio ameaçava
Pelo principio das águas ainda o povo gostava
Depois quando compreenderam que o mundo se acabava
Quem nunca tinha rezado dali por diante rezava
Pedindo que Deus perdoasse porém não adiantava.

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