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Eu não sou convencido - 1979

Gravadora: Chantecler - LP 1.04.405.268


Músicas

Lado A - 01 - Eu Não Sou Convencido

Intérprete: Gildo de Freitas

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Leia a Letra

Esse negócio de dizer que tu me ama
E a minha ausência te causa desespero
Não é a minha boniteza quem tem chama
E com certeza deve ser o meu dinheiro

Vamô acabá com esse apaixonamento
por que eu sou um gaúcho viajado
Eu estou velho mas tenho fibra e talento
não aprendi a amar sem ser amado
ah, é tão bonito a gente amar e ser amado

Eu reconheço que sou um homem feioso
E que a feiúra caiu por cima de mim
Tenho no peito um coração amoroso
E a bonitona que me quiser é assim

Se eu descobrir que me amas com firmeza
Talvez uns tempo nós possa viver juntinho
Daí sou eu quem desfruta essa beleza
E tu desfruta essa feiúra e meu carinho
ha há, daí é pouco pra ti

Toda mulher é preciso ter beleza
Para deixar muitos corações aflitos
Porém o homem é feio por natureza
E para amar não é preciso ser bonito

Vamô acabá com esse apaixonamento
por que eu sou um gaúcho viajado
Eu estou velho mas tenho fibra e talento
não aprendi a amar sem ser amado
vamô fechá a porteira e ta dado meu recadinho malvada

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Lado A - 02 - Saudade Da Minha Terra

Intérprete: Gildo de Freitas e Carlos M. Pereira

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Sou composto de dois lados, um é bom o outro é ruim
Não é defeito do corpo, eu gosto de ser assim
O que presta e o que não presta, terão sempre o mesmo fim
Sou ruim porque não deixo, pisarem em cima de mim

(-Me sinto bem como sou, a minha mania é está
Sou servidor dos amigos, sei alegrar qualquer festa
Pra defender um pequeno, eu quebro o chapéu na testa
Só uso o lado ruim, quando o caboclo não presta)

Não vou atrás de fuxico, nem gosto de lero-lero
As pessoas que se humilham, são as que eu mais considero
Pra quem faz e acontece, eu lhe chamo cá te espero
Ganho bem e me governo, faço da vida o que eu quero

(-Não tenho medo da morte, se um dia ela vier
A natureza me trouxe, me leve quando quiser
Jamais eu dobro a espinha, pras esses tipo qualquer
Só me entrego pra carinho, quando gosto da mulher)

Assim mesmo nem por elas, eu nunca fui governado
Gosto delas porque sei, cumprir meu dever sagrado
Respeito a china que eu gosto, pra também ser respeitado
E a não ser de meu pai, nunca corri de barbado

(-Não sou de muita confiança, nem como nada enrolado
Eu preciso dizer isso, porque ando ameaçado
Eu sou redondo e não perco pra qualquer tipo quadrado
É na hora do perigo, que eu rolo pra qualquer lado)

Vou dar o meu endereço, onde o Gildo Freitas mora
No bairro da agronomia, o resto eu explico agora
Na parada vinte dois, eu atendo a qualquer hora
Sendo puro pode entrar, se não for fique lá fora
Em tambor de galo puro, mestiço não calça espora

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Lado A - 03 - Pinheiro Sagrado

Intérprete: Gildo de Freitas

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Nosso Brasil planta o pinho porque é muito necessário
Que pinho extraordinário para as casas de família
Além dessas maravilhas dá muito pão pro operário
Começa lá pelos matos pra fazerem derrubada
Dando ganho a peonada os seus pão de casa dia
Depois vai pra serraria pras torras ser desmanchada
E ali quantos camarada que estão ganhando por hora
Trabalhos naquelas toras em torno da serra fita
Fazem taubas tão bonitas depois exportam pra fora


Ganha o homem do machado o que ele deita sobre o chão
Também ganha o caminhão não sei se cobram por quilos
Mais cobram pra conduzi-los ao ponto de exportação
Por que vai de caminhão um dia quente, chuva e frio
Até os portos de rios ou mesmo de mar salgado
Para serem transportados pelos porões de navio

Vocês vejam que o Pinheiro além de dar o pinhão
Ele também dá o pão pra quem com ele trabalha
E também nos agasalha depois de uma construção
E quantas luas de mel trocaram beijos, carinhos
Dali surgiam filhinhos num calor agasalhados
De um casebre abençoado da tauba feita do pinho

E até a cama que eu deito que recebo o meus carinhos
Bons abraços e beijinhos de uma fiel companheira
Ela é feita da madeira do nosso sagrado pinho
Do pinho se faz a mesa até quadros de moldura
Até mesmo a criatura, quando para o coração
Do pinho faz-se o caixão quando vai pra sepultura

O Pinheiro quanto mais grosso muito mais valor contém
Não quero ofender ninguém mais numa viola de pinho
É que canto estes versinhos feitio de um grosso também
E o senhor, meu cidadão ao ler a minha escritura
Digo a todas criatura que leiam e aproveitem
E depois desta respeitem quando falar em grossura.

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Lado A - 04 - Espantem A Tristeza

Intérprete: Gildo de Freitas

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A minha voz sai da garganta
Ampliada em melodia
Para levar ao que sofrem
Conforto, paz e alegria
Cumprindo os deveres meus
Abençoado por Deus
Jesus e Virgem Maria

Meu cantar é como as áuguas
Cristalina de vertente
Se torna mais refrescante
Quando o clima está mais quente
Aonde a mão da lavadeira
Faz sumir toda a sujeira
Da roupa de muita gente

Minhas rimas são remédios
Para matar a paixão
De quem vive abandonado
Pelo golpe da traição
Embora que passem mal
Se curam assim radical
Ao ouvir minha canção

E quem desse mal sofrer
Que cantem todos os dias
Para ver como transforma
A tristeza em alegria
E bem alto a voz levantem
E cantem assim comigo, cantem
Que a tristeza não se cria

Se cantares meu amigo
Como estou cantando agora
Eu garanto que a tristeza
Se despede vai embora
Só chorar não adianta
Quem canta o seu mal espanta
E quem chora seu mal adora

Meu verso é um calmante
Aonde o nervoso, acalma
Porque entrega a alegria
E recebe carinho, palma
É um dom que eu trouxe de berço
Meu cantar é como um terço
Que dá descanso pras alma

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Lado A - 05 - Show Do Gildo

Intérprete: Gildo de Freitas

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Senhoras e senhores, neste abençoado momento
Vamos apresentar Gildo de Freitas o maior repentista brasileiro
O trovador dos pampas, vocês podem pedir ou dar a palavra
Para que ele faça seus versos improvisados

-O Gildo, fala de amor
-É isso aí, Gildo de Freitas
-Hahá, deixa comigo, índio velho, gaiteiro risca essa gaita, indião


Amor é palavra linda merece todo respeito
Sem eu sentir penetrou para dentro do meu peito
A gente morre de velho sem conhecê-lo direito
Amor é a tal cousa que vem a nossa procura
Vai entrando pelo peito, não faz buraco e nem fura
Trás alegrias e dores para qualquer criatura

-Falando de saudade Gildo de Freitas
-É isso aí, tá matando


Isto já foi estudado discutido por doutores
Pra terminar sofrimentos pra quem se queixa de dores
Mas não puderam curar os ferimentos de amor
Saudade por ser saudade goza do mesmo respeito
Vive juntinho do amor de sócio do mesmo peito
E a saudade cresce mais quando o amor é perfeito

-E é verdade, isso mata a gente, vamo virar essa saudade

O amor é uma planta que brota na mocidade
Quanto mais velho mais cresce no peito da humanidade
É distante do amor, que aumenta mais a saudade
Esta saudade malvada meu coração já conhece
Pertinho de quem se ama pouca saudade aparece
Mas quando se tá distante é quando a saudade cresce

-Oh saudade marvada, desta tremenda saudade
-Vai se despedindo Gildo de Freitas
-Obrigado


Por ser peão de confiança eu atendo seu mandado
Quero deixar pra vocês meu forte abraço apertado
Com isso encerro meu show adeus e muito obrigado

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Lado A - 06 - Retorno do Papai

Intérprete: Gildo de Freitas

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Meu filho venho voltando pra casa donde saí
Por não poder viver mais com a mulher que adquiri
E pra nóis não viver brigando a sair me resorvi
Mas não deixei vocês mal a fortuna eu reparti
Só a parte que eu levei por este mundo eu perdi
Foi seis anos sem prazeres no mundo aonde eu vivi
Eu vou contar-te o que fiz, joguei, briguei, bebi
Tudo o que era vício ruim neste mundo eu aprendi
Menos a esquecer de um filho que eu deixei por aqui
Mas preciso subir de novo todos degraus que desci
E o pão precisa fermento, meu filho neste momento
Eu vou precisar de ti


- Por favor, não digas isto, meu pai não se clames mais
Basta o sofrer de seis anos entre suspiros e ais
É a nossa obrigação de fazer por quem nos faz
Os pais fazem pelos filhos e os filhos pelos pais

- Obrigado querido filho e filho da minha esposa
Estou gostando da conversa me diga mais qualquer cousa

- És um pai que sofre muito eu também sou sofredor
E a minha mãe também vive curtida de dor
Porque nunca mais secou a cicatriz desse amor
Pra doença di mamãe o remédio é o senhor

- Mas eu pensei que eu pra ela eu fosse um homem ruim
Eu nunca esperava ouvir palavras tão doces assim
Se eu for remédio pra ela a doença vai ter fim
E vão reviver as três flores que murcharam no jardim

- Papai lá vem vindo ela chega do serviço agora
Trabalha na sua firma não é emprego por fora
Quando ela li chergar eu lhe garanto que ela chora
E o senhor abraça e beija minha mãe, sua senhora

- Perdão meu querido filho, sei que queres me ver feliz
Mas eu jamais beijarei sem ouvir primeiro o que ela diz

- Oh meu Deus, será que estou sonhando ou fora de meu sentido
Ou são meus olhos que enxergam outro homem parecido

- Não senhora, sou eu mesmo ainda não sou falecido
E de sofrer vivo cansado vamos esquecer o passado
Pra nóis três ficar unido

- Eram três caminhos escuro que hoje tem claridade
Um pai, um filho e uma mãe sofreram barbaridade
O próprio tempo dá tempo se chega o pé da verdade
Com o retorno do papai vamos ter felicidade

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Lado B - 01 - Homem feio e sem coragem não possui mulher bonita

Intérprete: Gildo de Freitas

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Hahaa, é isso aí
Um dia eu e o mano
se ressolvemo um passeio
e fomos apreciar um baile
na Estancia Campo do Meio

meu irmão foi num cavalo
que era flor de rodeio
era um tostado castanho,
um pingo de bom tamanho
de confiança nos arreio


Eu fui num cavalo preto
de acordo com a noite escura
e o pingo solto de patas
que era uma formosura
se acaso eu e meu mano
fizesse alguma loucura
e botasse a vida em jogo
os pingos soltavam fogo
do rompão das ferradura

Quando chegamos na estância
o baile estava animado
no galho duma figueira
deixei meu cavalo atado
cheguei e paguei entrada,
entrei muito entusiasmado
e fui tirando meu pala
e apartando um par da sala
e dançando um xote marcado



Meu irmão dançou com
a loira e eu dançei com a morena
saí no ouvido dela
chorando que dava pena
meu irmão também com
a outra repetia a mesma cena
nõs os quatro agarradinho,
parecia dois barquinhos,
quando as águas tão serena

Quando foi de madrugada
estava tudo combinado
pra uma saltar no preto e
a outra no tostado
Saímos na noite escura olhando
o céu estrelado oigatê noivado lindo
quando sol vinha surgindo
chegamo em casa atrasado


E eu disse pra minha mãe,
a senhora tem visita

De hoje em diante mamãe
estas duas senhoritas
lhe obedecem como sogra,
a Terezinha e a Rita
desculpe a nossa bobagem
é que homem feio e sem coragem
não possui mulher bonita

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Lado B - 02 - Lembrança do passado

Intérprete: Gildo de Freitas

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Tenho saudade dos tempos bons de outrora
quando eu vivia lá fora na fazenda do branquinho
Com a minha gaita a minha faca prateada
a minha gaucha amada senhora mae dos meus filhos

Com elas três sempre em minha compania
vivo cheio de alegria sou um gaucho feliz
E a minha faca que eu carrego na cintura
conhece a minha bravura pelas peleias qu eu fiz

Minha gaucha um anjo que Deus me deu
ela por mim já sofreu mas ainda me admira
Quando ela ouve eu no radio estar catando
fica quietinha escutando e de saudade suspira

Minha acordeona sempre boa e afinada n
ão é gaita pianada é sanfoninha singela
Mas para mim contem diverso valor
porque muitos trovador já surrei tocando nela

E a minha faca que à alguns anos atrás
tinha trabalho demais esta descançando agora
Mas quando enxerga o churrasco e a farinha
corcoveia na bainha querendo sair pra fora

E hoje velho com os meus cabelos brancos
no improviso eu sou franco a rima nunca faltou
Graças a Deus canto com facilidade
porém me resta saudade do tempo bom que passou.

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Lado B - 03 - Mulher aventureira

Intérprete: Gildo de Freitas

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Vai embora mulher aventureira
Não procures a trancares meu caminho
Eu sou casado vivo bem com a minha esposa
Eu tenho lar, tenho amor, tenho carinho...

Você não deve andar seguindo meus passos
Porque não vais conseguires o que queres
Eu já jurei não magoar a quem me ama
E nem deixá-la sofrer por outras mulheres...

Estais tentando conquistar meu coração
Porque contigo algo triste aconteceu
Por má cabeça destruístes o teu lar
Agora tentas a destruíres o meu...

Você devia procurar um outro alguém
Que tenha a mesma sina triste como a tua
Sem ter um lar, sem amor e sem ninguém
E que procure outra mulher pela rua...

Pode dar certo ajuntar dois sofredores
Que tenham a sina de acordo para sofrerem
E confessar-se um para o outro entre carinhos
E começarem novamente a reviverem...

Este pedido que eu te faço é sem orgulho
Não é por raiva, nem tão pouco por rancor
É só apenas te pedindo que compreendas
Que é impossível conquistares o meu amor...

Guardo muito segredo menina...

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Lado B - 04 - Trova do Gildo

Intérprete: Gildo de Freitas

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Deus sempre foi meu amigo por ser um homem correto
Já muitos necessitado se agasalhou no meu teto
Criei os filhos cantando, hoje estou criando os neto

Hoje estás criando os netos sempre sendo um homem honrado
Eu sendo o filho caçula fui um pouco relaxado
Abandonei os estudos mas vivo no teu costado


É isto que me conforma viveres no meu costado
Porém se você seguisse já teria se formado
A um doutor engenheiro ou um bom advogado

A um bom advogado, nunca sonhei ser doutor
Meu maior sonho na vida é ser igual ao senhor
Cantar bem, escrever bem,ser bom improvisador


Pra ser bom improvisador Deus do céu te dê juízo
Que sempre saia bonito os teus versos de improviso
Caprichoso nos teus atos pra não teres prejuízo.

Ai peço a Deus que me dar juízo que nós dois lute parelho
Que o senhor se enxergue em mim eu quero ser seu espelho
Que tenha boa memória para gravar seus conselho

Procures tratar o povo sempre com a mesma igualdade
Ser humilde sem orgulho, porem com sinceridade
E não usar na campanha os costumes da cidade
Um homem que canta e toca tem muita facilidade
Principalmente agora que o mundo dá liberdade
Com o tempo teu coração desperta curiosidade
De procurar um alguém pra tua felicidade


Quando isso acontecer procure saber quem é
Ver se seus pais são honrados bondosos de boa fé
Por que a fruta meu filho não cai distante do pé
Se alguém te propor briga, aceita a briga trovando
Fica uma briga bonita e o povo apreciando
Um acusa outro defende e terminam se abraçando
Procura aceitar com força principalmente esse aviso
Não jogar, não beber por que só dá prejuízo
Estraga tua saúde e fica de bolso liso
E ainda proíbe a alma de entrar no paraíso)

Muito obrigado meu pai é pena faltar espaço
Atenderei seus conselhos tudo que mandar eu faço
Para todos que nos ouvem mandaremos o nosso abraço

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Lado B - 05 - Pedidos de um gaúcho

Intérprete: Gildo de Freitas

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Quero deixar uns pedidos
Já gravem bem na memória
Quando eu ir para o céu
Que findar a minha história
Vou cantar versos pra os anjos
Pra todo reino da glória

Que em cada reza
Façam um grande sóvel
Que eu possa subir por ele
Até na porta do céu
Porque Deus há de ouvir
A reza que o povo fez
E eu de lá hei de cantar
Versos lindos pra vocês


E o meu primeiro pedido
Agora vou declarando
Quero uma cavalaria
Meu enterro acompanhando
O povo batendo palma
E uma sanfona chorando

Na hora de me velar
Quero quatro candeeiro
Devidamente pilchado
Meus amigos e companheiros
E quero ser enterrado
Bem ali no meu potreiro

Em roda do meu jazigo
Deixem crescer o capim
Um ou dois cavalos amigo
Pastando em roda de mim
Não me ponham na parede
Porque é contra o meu querer
Me ponham na terra virgem
Que me ajudou a crescer


Não é preciso haver choro
Que todos pensem assim
Quero dois índios trovando
No dia que eu tiver fim
E o que eu cantei por vocês
Quero que cantem por mim

Amigos estes convites
É pra o fim da minha vida
Quero cantiga à vontade
Que corra frouxa a bebida
Bebam cantem mas não briguem
E respeitam o meu defunto
Para evitar que eu me alerte
E saia pelejando junto


E o meu último pedido
Atendam com devoção
A bandeira do Rio Grande
Enrolem no meu caixão
E um letreiro na cruz
Que vai cravada no chão
Aqui descansa um gaúcho
Que honrou a tradição

Vamô encerra a porteira!

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Lado B - 06 - Eu reconheço que sou um grosso

Intérprete: Gildo de Freitas

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Me chamam de grosso, eu não tiro a razão
Eu reconheço a minha grossura
Mas sei tratar a qualquer cidadão
Até representa que eu tenho cultura
Eu aprendi na escola do mundo
Não foi falquejado em bancos colegiais
Eu não tive tempo de ser vagabundo
Porque bom gaúcho vergonha não faz

Eu trabalhava, ajudava os meus pais
Eu sempre levei a vida de peão
Porque no tempo que eu era um rapaz
Qualquer um serviço era uma diversão
Eu lidava no campo cantando pros bichos
Porque pra cantar eu trouxe vocação
Por isso até hoje eu tenho por capricho
De conservar a minha tradição.

Eu aprendi a dançar aos domingos
Sentindo o cheiro do pó do galpão
Eu pedia licença apeava do pingo
E dizia adeus assim de mão em mão
E quem conhece o sistema antigo
Reclame por carta se eu estou mentindo
São documentos que eu trago comigo
Porque o respeito eu acho muito lindo

Minha sociedade é o meu CTG
Porque nela enxergo toda a antiguidade
E não se confunda eu explico por que
Os trajes das moças não são à vontade
E se, por acaso, um perverso sujeito
Querer fazer uso e abusos de agora
Já entra o machismo impondo respeito
E arranca o perverso em seguida pra fora

Ô mocidade associem com a gente
Vão no CTG e leve os documento
Vão ver de perto que danças decente
E que sociedade de bons casamentos
Vão ver o respeito, vão ver a alegria
Vão ver o capricho desta sociedade
E ver o encanto das belas gurias
Que possam lhe dar uma felicidade

O meu pensamento agora vai longe
Cruzar a fronteira os Estados Unidos
Que com certeza esta hora também
Arguém me escuta por ter bons ouvidos
E ao presidente de lá desta terra
Que é deste povo bastante querido
Este gaúcho aqui não tem falha
Porém eu quero agradecer as medalha
Que nesse verso ficar agradecido

A ti ô doutor Antônio gaúcho
Que Deus nos conserve a nossa amizade
Tu tens razão e merece essa ideia
Que Deus te deu tanta mentalidade
Por ser um gaúcho, um advogado
Que bota e que tira o vivente da grade
Eu neste versinho eu quero te dizer
Eu peço pra Deus pra Ele atender
Que dê pro senhor felicidade

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