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Gildo de Freitas O Rei Do Improviso

Gravadora: Caboclo/Continental - 1970 - CLP-9085


Músicas

Lado A - 01 - Desafio Amigável

Intérprete: Gildo de Freitas e Formiguinha

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Gildo

Formiga vamos saudar
Este Rio Grande altaneiro
Eu vou saudar todas as mães
Deste solo brasileiro
Desejo até que esses versos
Penetrem no mundo inteiro

Formiguinha

Penetrem no mundo inteiro
Tu cantastes muito bem
Devemos reconhecer
O valor que uma mãe tem
Porque amor como de mãe
Não se encontra em mais ninguém

Gildo

Não se encontra em mais ninguém
E merece todo respeito
E um filho pra sua mãe
Sempre é rapaz direito
Embora seja bandido
Pra ela não tem defeito

Formiguinha

Pra ela não tem defeito
Se um filho for condenado
Ela sempre pede a Deus
Pra que seja perdoado
Porque se ela sofrer
Ele é quem sofre dobrado

Gildo

Ele é quem sofre dobrado
E é anjo de muita luz
E a virgem santa Maria
Que é a mãe de Jesus
Muito sofreu a coitada
Por ver seu filho na cruz

Formiguinha

Por ver seu filho na cruz
Nunca queixou-se a ninguém
É do princípio do mundo
Que este sofrimento vem
Meus amigos que nos ouvem
Zele a mãe e trate bem

Gildo

Zele a mãe e trate bem
E tenha dó das coitadinhas
Vós estou dando um conselho
Porque já não tenho a minha
Há anos Deus a levou
Esta fortuna que eu tinha

Formiguinha

Ai, perdeste tua mãezinha
Eu também perdi aquela
Tão linda estava a velhinha
No meio de quatro velas
Eu ainda sinto o calor doçura dos beijos dela

Gildo

Eu ainda sinto a doçura
Do calor dos beijos dela
Pra rezar por sua alma
Seguido eu vou na capela
E, às vezes, eu pego a sanfona
E chorando eu canto pra ela

Formiguinha

Chorando eu canto pra ela
A dor não desaparece
Jesus estais me ouvindo
Escutais a minha prece
Deixe a mamãe de lado
No lugar que ela merece

Gildo

No lugar que ela merece
Deus me dê esta alegria
Vós levou ao que era seu
E a mim também pertencia
Mas permita que no céu
Nós os dois se encontre um dia

Formiguinha

Nós os dois se encontre um dia
Eu te peço pra rainha
Me diga pra mim em sonho
Minha querida mãezinha
Se tens no céu um esposo
Que aqui na terra tu tinha

Gildo

Que aqui na terra tu tinha
Os anjos que digam amém
Minha mãe tenho certeza
Que o mesmo esposo ela tem
Foi sincera aqui na terra e
Será lá no céu também

Formiguinha

E será lá no céu também
Teu verso me comoveu
Minha mãe era uma jóia
Que nunca desmereceu
Era linda como as águas
Que Jesus cristo bebeu

Gildo

Que Jesus cristo bebeu
E veja bem o que tu faz
Homem, criança e mulheres
Pessoa grande e rapaz
A platéia toda chora
E eu já não aguento mais


Formiguinha

E tu já não agüenta mais
Por isto eu não ignoro
Quem chora tem sentimento
E o sentimento eu adoro
Tu chora a platéia chora
E eu cantando também choro

Vamos encerrar Formiguinha

Gildo e Formiguinha

Ai, tu cantando também chora
Mesmo não é brincadeira
Se nós dois seguir cantando
Choraremos a vida inteira
E assim, encerremos as trovas
Pra parar com choradeira

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Lado A - 02 - Homenagem A Um Amigo

Intérprete: Gildo de Freitas

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Euclides, oh Deus te conserve sempre assim desse jeito
Sempre honesto e de respeito, sincero pra teus amigos.
Criaste dois filhos homem que são de ti o modelo
Hão de sempre roçar pelo, lutando junto contigo.

E esta tua rica filha tapada de boniteza
Pois Deus pegou a beleza, derramou por cima dela
Está ficando mocinha com bons modo e bom sistema
É filha da dona Emma tinha que puxar por ela.

Oh, menina Deus te dê tudo de bom que tu queira
Tanto na vida solteira, mesmo depois de casada.
E para teu casamento Deus que te dê um bom rapaz
Que de prazer a teus pais e pra ti não te falte nada.

E pra ti Euclides Marpe Deus te de só coisa boa
Pra ti, pra tua patroa e pros filhos e para filha
E ainda mais para alguém que ainda possa aparecer
Que Deus consinta nascer no lar da mesma família.

É tudo o que eu te desejo e pelo teu merecimento
É que fiz neste momento uns versos tão necessário
Estou cantando esses versos por que ninguém me ataca
Em troca daquela vaca que me deu de aniversario

Ela muito me serviu, pois foi um rico presente
Deu bóia pra muita gente depois de pronto o assado
Tinha lá bastante gente e eu ganhei mais uns carneiro
Churrasqueamos o dia inteiro e contentei meus convidados

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Lado A - 03 - Apaixonite Aguda

Intérprete: Gildo de Freitas

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Gaúcha você não sabe no meu coração não cabe
A dor cruel que eu sofri
Da carta que me mandaste tu quase que me mataste
nem sei porque não morri
Agora ouve essas linhas vou ver se tu adivinhas
O quanto te quero bem tua devera escondia
Quero ser só tua um dia e não ser de mais ninguém

Eu ficaria contente com gesto mais sorridente
Pela resposta que fez se terminava a paixão
com meu pobre coração se acalmava outra vez
Se a resposta não vier assim conforme eu quiser
Eu sei como é que se faz
ponho no ouvido o revólver e minha causa resolve
eu não te incomodo mais
Vindo uma carta de luto leia com os dois olhos enxuto
Sem tortubiar os ouvidos
vem junto um retrato meu de um infeliz que morreu
por não ser correspondido
O teu coração ingrato quando ver o meu retrato
Vai chorar-te arrependido
Tu dizer trito sozinha a culpa foi minha a morte do falecido

Quero avisar-te porém que muito tempo inda tem
De salvar-se um sanfoneiro
Só basta tu resolver casar comigo querer
Pronto estou salvo ligeiro
Sanfona vai-te fechando que eu já expliquei
Cantando tudo o que eu hei de fazer
Agora vamos embora devendo esperar a hora
Se é pra casar ou morrer

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Lado A - 04 - Meu Xote Amigo

Intérprete: Gildo de Freitas e Zezinho

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Meu xote amigo estão te abandonando
Te desprezando sem ter piedade
Eu quero ainda que sejas tocado
Que sejas dançado pela mocidade
A tua volta eu sei que não retarda
Porque a Jovem Guarda te dão liberdade

É muito linda esta dança de hoje em dia
Trás muita alegria para muitos ambientes
Mas eu convido a querida mocidade
Para dar liberdade pro dançar de antigamente
A tua volta eu sei que não retarda
Porque a Jovem Guarda ficarão contente

As nossas danças atuais são cousa linda
Temos ainda nossos pais que não morreram
Os nossos pais ficariam mais contentes
Se voltasse novamente as danças que conheceram
A tua volta eu sei que não retarda
Porque a Jovem Guarda já te compreenderam

Vamos moçada dançar um xote marcado
A dança do nosso Estado reviver antiguidade
Pois é preciso que ela ter divulgação
e ter mais penetração dos costumes da cidade
A tua volta eu sei que não retarda porque
A Jovem Guarda conhece a verdade

Vamos fechar as porteira, gaúcho

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Lado A - 05 - Fiz Uma Moça Chorar

Intérprete: Gildo de Freitas

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Conheci uma menina numa noite de função
Que chorou desesperada ao ouvir minha canção
Eu fiquei curioso pra saber qual a razão
Por qual será o motivo que eu magoei o seu coração


E eu notei ao cantar esta canção
Que os seus olhos davam sinal de chorar
E eu exijo de você a explicação
Qual a razão que a canção lhe fez penar
Pois talvez seja a triste recordação
Que lhe trouxe esta canção ao ouvir o meu cantar

Gaúcho, este teu cantar, é todo o meu viver traçado
De um cantor que conheci, meu primeiro namorado
Jurou - me fazer feliz, cometi este pecado
E agora tua canção me trouxe a recordação das penas do meu passado


Foste sincera respondeste a pergunta, desabafaste o
teu triste coração
Estas sofrendo por alguém que te deixou
Sofrendo a dor da triste separação
Eu não gostei prefiro te ver contente
Procure ouvir novamente a minha voz nesta canção

Tu tens de tudo o que é de lindo em tuas mãos
A perfeição Deus te deu por natureza
Tu tens no peito um humilde coração
Onde a paixão acumula essa tristeza
És muito nova tu tem muita vida ainda
És muito linda não maltrate esta beleza

E é aqui o final da triste história
De uma menina que eu achei bonita e bela
Ainda tenho eu gravado na memória
Toda a tristeza que enxerguei no rosto dela
Ela sofria por causa do cantor aquele
Ela chorando por ele e eu cantando pra ela

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Lado A - 06 - Vaneirinha Gaúcha

Intérprete: Gildo de Freitas e Wanderlei Machado

Música Instrumental

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Lado B - 01 - Companheira Amiga

Intérprete: Gildo de Freitas

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Sanfona inda me lembro de tudo que fez por mim
Por este mundo sem fim nos meus tempos de rapaiz
Hoje de idade alcançada já quase no fim da vida
Com as forças quase vencidas, mas eu não te esqueço mais
E eu não poderia esquecer esquecendo Deus me castiga
É a minha obrigação tratar bem desta minha amiga

Tu sempre foi minha amiga nas horas bonita e feia
Nos hospitais e na cadeia sempre estiveste a meu lado
Me sinto bem, ó sanfona estando junto contigo
Tu tem deste teu amigo tanto segredos guardado
Ó minha sanfona querida eu morro te querendo bem
Porque os meus segredos na vida tu nunca contaste a ninguém

Quero levar-te comigo sanfona no meu caixão
Tu vai ser a inspiração da alma do meu defunto
Se na outra encarnação a divina providência
Nos permitir a licença nós voltaremos os dois junto
E este é todo meu desejo te levar junto a meu peito
Para te ouvir lá no céu tocando do mesmo jeito

Quantos corações de china que ficaram apaixonados
Ao ouvir os teus teclados tocados pelo teu dono
Sanfona para que eu possa te provar que eu sou teu amigo
Quero te levar comigo no meu derradeiro sono
Só eu sei, ó sanfona amiga comigo que tu passou
Se não fosse tu, ó sanfona eu não seria o que sou

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Lado B - 02 - Gaúcho Bom é Assim

Intérprete: Gildo de Freitas e Ignácio Cardoso

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O gaúcho rio-grandense
Já é muito conhecido
É valente é destemido
Mas não ofende a ninguém
Mas, porém sendo ofendido
O gaúcho perde a linha
Mostro logo em seguidinha
O grande valor que têm

E é bem assim lá no Rio Grande
Principalmente em São Borja, não é Dourado?


O gaúcho desconfiado
É um tremendo perigo
Reconhece o seus amigos
Mas não briga sem razão
Mas também se resolvendo
Manda chegar quem quiser
Mas se enxergando mulher
Lhe cai as armas da mão

Aí não dá mais pra brigar
Primeiro se atende a chinoca!


Numa certa ocasião
Um contrário me ofendeu
Puxou do revolver seu
Mas não chegou dar um tiro
Até parece mentira
Dei-lhe um tamanho sopapo
Caiu virado num trapo
Morreu sem dar um suspiro

Este não incomoda mais!

Nisto chegou uma prenda
Mulher de rara beleza
Que me olhou com firmeza
E o meu corpo estremeceu
Deu-me tamanho pialo
Aquele olhar fascinante
Eu não fugi do flagrante
E a policia me prendeu

Depois que eu sai da cadeia
eu fui preso de novo nos braços dela!


Se não fosse aquele olhar
Eu garanto que fugia
Eu brigava, mas não ia
Parar lá naquela prisão
Mas um olhar como aquele
Em qualquer parte do mundo
Em menos de dois segundos
Prende qualquer valentão

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Lado B - 03 - Rei Da Caçada

Intérprete: Gildo de Freitas e Milton José

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Lá nos pago adonde eu moro me chamo o rei da caçada
É a cousa que eu mais adoro sair abrindo picada
Ole, lai, lai, cortando galho de espinho
Para atirar de pertinho bem no olho da pintada

Minha arma de três canos o cano de baixo é bala
Azeitada com capricho que engatilho e nem estala
Olé, lai, lai, para encurtar o assunto
Cada tiro é um defunto depois que esta arma fala

No campo caço de rede, mas precisa três pessoas
Três home de agá malhusco que nem tempestade enjoa
Olé, lai, Lai, por isto que eu gosto da mata
Meus cachorros não dão rata eu não queimo cartucho à toa

É bonito de se vê eu e a onça de namoro
Levo a arma e pisco um olho não me faz mais desaforo
Ole, lai, lai, pra que ela não padeça
Eu atiro na cabeça pra não estragar o couro

Se a onça tá enfurnada vou aonde ela mora
Faço um barulho na toca e ela salta sem demora
Oai, oai já estou na posição
Com minha arma na mão de olho vivo na escora
Oli, lai lai, e horas diurna ou noturna
Eu tiro de dentro da furna e mato do lado de fora

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Lado B - 04 - Minha Vivenda

Intérprete: Gildo de Freitas

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Eu moro mesmo ali na beira da mata
Eu tive gosto pra fazer o meu ranchinho
Eu me acordo com a linda serenata
Tão melodiosa do o cantar dos passarinhos
E todos acham que eu tive muito gosto
Para fazer uma morada tão bonita
Eu tenho lá um macaco pulador
Um papagaio falador
E uma linda caturrita

A caturrita eu chamo ela de cocota
Ela responde papai, papai
Meu papagaio conta alguma lorota
E o macaco pulando me distrai
Tenho por vicio levantar de manhã cedo
Acariciar sempre ele é meu costume
Enquanto estou acariciando a caturrita
Os outros dois quase morrem de ciúme

Tenho um viveiro cheio de passarinhos
Que pego xucro mas não é por ser ingrato
Pego o xucrinho para eles ter descanso
Depois de manso solto todos no meu mato
E vou levando uma vida assim de anjo
E peço a Deus nessa vida não dar fim
Me aclimatei com o cantar dos passarinhos
Que depois que tão mansinhos cantam pra mim
Me aclimatei com o cantar dos passarinhos
Que depois que tão mansinhos cantam pra mim

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Lado B - 05 - Confusão No Baile

Intérprete: Gildo de Freitas e Antero da Silva

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Eu fui toca num arrasta pé
Que até hoje não sai da lembrança
Tava tocando chegou um rapaz
Muito contente pra entrar na dança
E foi chegando pra perto de mim
Falando baixo assim no meu ouvido
Seu sanfoneiro não me leve a mal
Me dá licença eu vou fazer um pedido

Você tá vendo ali aquela moça
Que está de pé ali sobre a janela
Toque uma Polca daquelas antigas
Porque esta Polca eu vou dançar com ela
Mas o rapaz estava de azar
Quando chegou perto da mocinha
Estava outro encostado nela
Disse te arreda que esta polca é minha

E foram os dois assim discutindo
Num bate papo até o clarear do dia
A Polca é minha e a Polca é tua
E nessa Polca deu a porcaria
Eu sou gaiteiro que toco meus bailes
Eu tenho fama de bom tocador
Eu toco pouco baile na cidade
Eu toco muito é no Interior
Eu atendo qualquer um pedido
Eu toco Xote eu toco Vaneira
Só não atendo pedido de Polca
Para evitar de uma outra porqueira

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Lado B - 06 - Valsa dos Artistas

Intérprete: Gildo de Freitas e Wanderlei Machado

Música Instrumental

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